Thursday, May 16, 2013

BENFICA FAZ “SOFRER” PORTUGUESES E BENFIQUISTAS DOS PAÍSES LUSÓFONOS




Um filme repetido em Campo de Aliu, Bissau

15 de Maio de 2013, 20:35

Bissau, 15 mai (Lusa) - Em Campo de Aliu, bairro de Chão de Papel Varela, no coração de Bissau, a derrota do Benfica de hoje frente ao Chelsea foi recebida quase como uma fatalidade, um filme que já foi visto muitas vezes.

Num "salão de filmes", uma casa com paredes de folhas de palmeira entrelaçadas e telhado de zinco, mais de 200 guineenses pagaram para ver a derrota do Benfica, o clube da grande maioria, não fosse o Benfica o clube que mais adeptos parece ter na Guiné-Bissau.

Laizinho Maradjau é um deles. "Hoje o meu coração?", diz ainda o jogo nem tinha começado, acrescentando: "se fosse uma bruxa hoje fazia tudo, mas não tenho nada de bruxismo".

Por isso, sofre ao longo de todo o jogo, mas é o primeiro a sair. O mais perto de "bruxismo" na sala são dois ou três guineenses que, rádios colados ao ouvido, onde o jogo corre 30 segundos à frente, gritam os golos com antecedência.

Na Guiné-Bissau, o futebol português é acompanhado com paixão e não raras vezes abre a página do desporto nos noticiários do canal público. O futebol é o desporto nacional e montar uma "salão de filmes" que passa filmes e jogos de futebol é um bom negócio.

O salão está equipado com três televisões e dezenas de bancos corridos. Paga-se 200 francos (30 cêntimos) de entrada e em jogos como o de hoje enche, que finais da Liga Europa com o Benfica não são todos os dias.

Porque o gasóleo do gerador fica caro lucra-se também de outra forma: ao centro da sala um combinado velho, a porta do congelador caída e sem préstimo mas a parte de cima, do frigorífico, adaptada para carregar telemóveis no seu interior, uma luz vermelha (por certo não relacionada com cores de clubes) a dar charme.

Na sala só homens, jovens na maioria, também a maioria eufóricos, despindo as camisas à medida que a temperatura na sala fica quase insuportável e agitando-as nas jogadas mais "quentes".

Os comentários são em francês (o canal que exibe o jogo é francês), mas não interessa. Laizinho Maradjau vai contando a sua vida nos tempos mortos, que trabalhou em Portugal e em Espanha, que escreve livros, mas que nunca editou. Fala de cidades por onde andou, do que fez por lá, do que faz por cá. "Hoje, nem sequer vou jantar", diz no final do jogo.

O salão não é confortável e o calor é muito, mas também ninguém está preocupado com o jantar, exceto os mosquitos, que, esses sim, têm um verdadeiro banquete.

E, no final, apesar do golo de Ivanovic já em período de compensação deitar por terra as esperanças de Laizinho Maradjau e de muitos outros, valeu a pena o espetáculo do futebol no "salão de filmes".

Para que não hajam dúvidas, muitas das palmas que se ouvem no fim não são para o Chelsea, nem para o Benfica, nem sequer para o futebol, são meras tentativas de matar mosquitos.

FP // VR

Portugueses em Cabo Verde desiludidos e lamentam "maldição dos 92 minutos"

15 de Maio de 2013, 21:24

Cidade da Praia, 15 mai (Lusa) - A derrota do Benfica (2-1) na final da Liga Europa em futebol, diante do Chelsea, provocou hoje a desilusão entre a comunidade portuguesa em Cabo Verde, que lamentou o azar dos "encarnados" e a nova maldição dos 92 minutos.

A "nova maldição", que se junta à existente desde 1962, quando Bela Guttmann disse que, sem ele, o Benfica jamais seria campeão europeu, foi repetida até à exaustão por vários adeptos benfiquistas que acompanharam o jogo, disputado no Arena Stadium, em Amesterdão, num ecrã gigante montado num dos principais hotéis da capital cabo-verdiana.

A alusão tem a ver com a derrota sofrida sábado pelo Benfica em casa do FC Porto, igualmente por 2-1, em que o segundo golo portista foi alcançado também aos 92 minutos, por Kelvin, permitindo aos "azuis e brancos" ascenderem à liderança do campeonato português, a uma jornada do fim.

"Foi um bom jogo, jogamos bem, mas tivemos azar", disse à agência Lusa João Trabulo, responsável de uma empresa portuguesa de transitários em Cabo Verde, logo após o fim do jogo, e cujo amigo, a seu lado, profetizara a "maldição dos 92 minutos" na altura em que o Chelsea marcou o pontapé de canto que permitiu a Ivanovic marcar o segundo golo dos ingleses.

A frase "pegou" e, pouco depois, já a cerca de duas dezenas de portugueses que também assistiam ao jogo, nem todos benfiquistas, a proferiam como a nova "sina".

Sem festejos, a grande maioria dos adeptos optou por ficar sentada a beber mais uma cerveja, ouvindo-se constantemente no ar as palavras "maldição" e "92 minutos".

JSD // HB

Derrota do Benfica deixa adeptos em Maputo com "ressaca a dobrar"

15 de Maio de 2013, 22:49

Maputo, 16 out (Lusa) - A derrota do Benfica frente ao Chelsea na final da Liga Europa de futebol deixou várias dezenas de adeptos na capital moçambicana em estado de incredulidade, a prepararem-se psicologicamente para uma "ressaca a dobrar".

Ainda a final da Liga Europa estava longe de começa e já grande parte das mesas das esplanadas de Maputo se encontravam "reservadas", registando-se durante o dia de hoje uma verdadeira corrida de benfiquistas aos melhores lugares para se assistir ao jogo, que terminou com vitória dos ingleses (2-1).

Num imaginário eixo "encarnado" que se estendia por mais de 13.000 quilómetros, ligando Amesterdão a Maputo, os adeptos benfiquistas mostravam-se, ao início da partida, confiantes no sucesso do Benfica, na queda da "maldição" de Bela Guttmann, e no restaurar da dignidade do clube lisboeta, depois da recente derrota frente ao FC Porto (2-1).

"Se o Benfica ganhar hoje vai anular a derrota contra o Porto, se não, vai ser brutal", manifestou à agência Lusa Lúcio Rebeca.

Num reconhecido restaurante de Maputo, que à semelhança de vários outros espaços se encontrava praticamente sem cadeiras vagas, uma plateia composta por cerca de três dezenas de pessoas assistiu, entre pratos de petiscos e vários copos de cerveja, com serenidade à primeira metade do encontro.

"Acho que o Benfica está ter problemas de finalização nas jogadas, mas está a dominar o encontro. No entanto, apesar de estar calmo, o Chelsea pode surpreender", augurava António da Silva.

Trajando ostensivamente uma camisola do clube português, mas rodeado por dois amigos sportinguistas, também Lúcio Rebeca via com apreensão a prestação do Benfica.

"Está [o Benfica] a dominar, mas falta concretização. O Chelsea pode entrar forte e vencer", temia.

"Até agora, a melhor oportunidade foi do Chelsea. Os ingleses têm mais oportunidades de ganhar, porque são mais pragmáticos", sentenciava Daniel Costa, companheiro de mesa de Lúcio.

De volta ao relvado do Arena de Amesterdão para uma segunda parte bastante mais agitadora, Benfica e Chelsea digladiaram-se, até ao momento em que o espanhol Fernando Torres marcou o primeiro golo do jogo a favor da equipa londrina, estampando na pequena plateia do restaurante as primeiras impressões do desaire.

"Se o Benfica perder hoje vai ser uma ressaca a dobrar", atirava Lúcio Rebeca.

Alguns minutos depois, é marcado um penálti a favor do Benfica. Cardozo marcou e restaurou a confiança dos adeptos benfiquistas, mas apenas por mais alguns momentos.

Com as duas equipas empatadas, e o tempo de jogo a esgotar-se, ansiava-se pelo apito para prolongamento, e uma nova oportunidade para o Benfica que não chega a concretizar-se, porque, aos 93 minutos, Branislav Ivanovic, de cabeça, marou o fatídico segundo golo do Chelsea.

"Outra vez depois dos 90", ouve-se alguém gritar.

ENYP // PA.

"Não deu para o Benfica", refere imprensa cabo-verdiana

16 de Maio de 2013, 09:08

Cidade da Praia, 16 mai (Lusa) - A imprensa "online" cabo-verdiana dá hoje pouco destaque à derrota do Benfica na final da Liga Europa, com o jornal A Semana a ser o único a noticiá-la, destacando a vitória obtida pelo Chelsea nos últimos minutos.

"Chelsea marca no último minuto, bate Benfica e leva Liga Europa", é o título da notícia do A Semana, em que se escreve que o "duelo de Amesterdão" "não deu" para os "encarnados", que perderam a final por 2-1.

"Ivanovic marcou o golo da taça e fez chorar jogadores e muitos adeptos da equipa encarnada de Lisboa. Resta agora aos portugueses ainda sonharem com o título da Liga, que anda perto do rival FC Porto, e também com a Taça de Portugal", lê-se na notícia do A Semana.

Narrando os acontecimentos ao longo dos 93 minutos do encontro, a edição "online" do semanário cabo-verdiano realça a "deceção" dos benfiquistas com o golo de Ivanovic, quando já todos anteviam o prolongamento.

O golo desfez a igualdade a uma bola, depois do avançado espanhol Fernando Torres ter marcado aos 59 minutos e do paraguaio Cardozo empatar a partida numa grande penalidade, sete minutos depois.

"Para a deceção dos adeptos encarnados, Ivanovic, já nos descontos, quando todos acreditavam que haveria tempo extra, garantiu a festa dos londrinos. O defesa escapou da marcação e cabeceou no canto esquerdo de Artur, para alegria dos muitos adeptos londrinos na Holanda", escreve o A Semana.

A notícia dá também conta da "alegria" de David Luiz e Ramires, dos dois ex-jogadores do Benfica, atualmente no Chelsea, que, após vencer a Liga dos Campeões na época passada, leva para Londres a Liga Europa.

Nas edições "online" dos restantes semanários cabo-verdianos, Expresso das Ilhas, A Nação e Notícias do Norte (regional de São Vicente), não foi publicada qualquer notícia, bem como na agência Inforpress.

JSD // NF.

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