Monday, May 20, 2013

Brasil propõe que médicos portugueses em trabalho temporário não necessitem…




… validar diploma

Jornal i - Lusa

A proposta será apresentada hoje, em Genebra, pelo Ministério da Saúde brasileiro à Espanha e a Portugal, durante o encontro anual da Organização Mundial da Saúde

 Governo brasileiro vai propor a Portugal e a Espanha que os seus médicos, que queiram trabalhar temporariamente no Brasil, não tenham de fazer o exame de revalidação do diploma de medicina, divulgou hoje a imprensa brasileira.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a proposta será apresentada hoje, em Genebra, pelo Ministério da Saúde brasileiro à Espanha e a Portugal, durante o encontro anual da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os médicos estrangeiros só poderão atuar nas áreas determinadas pelo Governo brasileiro, em periferias e no interior do país, por período que não deve passar de três anos.

Caso queiram trabalhar mais tempo no Brasil, terão então de fazer o exame de revalidação do diploma de medicina, seguindo um modelo já adotado por países como Canadá, Austrália, Reino Unido e a própria Espanha.

Este será o modelo de contratação de estrangeiros que o Brasil vai adotar, disse o ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, ao jornal Folha de São Paulo.

“Nosso maior interesse é atrair médicos de Espanha e Portugal para atuar restritamente em regiões com carência de profissionais, por um período de dois, três anos, na área de atenção primária, em que a Espanha tem grande tradição. O Brasil precisa de mais médicos, mais próximos da população e com mais qualidade”, disse o ministro.

Uma equipa de Padilha reúne-se hoje com autoridades espanholas e portuguesas do setor, em Genebra.

O Governo espanhol, questionado pelo jornal brasileiro, já indicou ter muito interesse no convénio.

A Espanha tem 20 mil médicos desempregados. O Brasil é o segundo local de interesse (depois da Inglaterra) do Ministério da Saúde espanhol para exportar profissionais.

O Governo espanhol já tem contrapartidas para oferecer ao Brasil, como facilidades e bolsas para estudantes brasileiros no país.

“Eu, como ministro da Saúde, vendo de um lado a situação de médicos qualificados sem perspetiva de emprego na Espanha e em Portugal, e de outro, a necessidade de mais médicos para uma população [no Brasil] não vou ficar parado sem pensar em construir parcerias”, acrescentou Padilha.

Inicialmente, o Governo brasileiro queria contratar seis mil médicos, sobretudo cubanos, para preencher as vagas em locais carentes destes profissionais.

As associações médicas mostraram-se contrárias à entrada dos médicos cubanos, alegando a sua "fraca formação" e só aceitariam esta solução se os profissionais passassem pelo exame de revalidação do diploma.

Após as críticas, o Governo brasileiro descartou a validação automática de diplomas e optou por dar prioridade em atrair profissionais espanhóis e portugueses.

Para os médicos, a proposta do Governo não resolve de forma definitiva a carência de médicos em áreas do interior do Brasil e nas periferias das grandes cidades.

As organizações brasileiras dos médicos dizem que têm apoio inclusive da classe médica de Portugal e Espanha, que também se posicionaram contra o ingresso de médicos sem a realização de provas.

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