Sunday, May 19, 2013

Portugal: Líder do PCP acusa executivo PSD/CDS-PP de ser um Governo “fora da lei”




LL – CC - Lusa

O secretário-geral do PCP acusou hoje o executivo PSD/CDS-PP de ser um Governo e de estar a praticar uma política "fora da lei e em confronto com a Constituição da República", impondo "um verdadeiro Estado de exceção".

Trata-se de "um Governo e uma política fora da lei e em confronto com a Constituição da República que está a impor, na prática, um verdadeiro estado de exceção", disse Jerónimo de Sousa, na aldeia alentejana de Baleizão, no concelho de Beja.

Jerónimo de Sousa, que falava no encerramento da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada pelas forças do regime fascista, a 19 de maio de 1954, naquela aldeia, acusou também o Governo de estar a "tirar o pão da boca dos portugueses para alimentar a gula da especulação do grande capital económico e financeiro".

Segundo o líder do PCP, o Governo, através de um "programa de terrorismo social", que "definiu" com a 'troika' e inclui "medidas devastadoras", está a fazer uma "brutal declaração de guerra aos trabalhadores e ao povo".

"Importa tudo fazer para que quem aprova tais medidas não esteja em condições nem tenha tempo de as concretizar. Este é o grande desafio que temos pela frente: interromper este processo e garantir uma alternativa. Apressar com a luta do nosso povo a demissão de um Governo que já está isolado, politicamente derrotado e procura desesperadamente agarra-se ao poder", defendeu Jerónimo de Sousa.

No seu discurso, Jerónimo de Sousa criticou os socialistas por "só" estarem "a pensar" nas próximas eleições autárquicas e chamou o PS para se juntar à luta pela demissão do Governo, avisando que não se pode "esperar meses e meses" e "a direita já afirmou, claramente, que, pelo menos até junho no ano que vem, quer manter-se no poder, para destruir o mais que puder".

"O PS está a pensar que devem decorrer as eleições autárquicas, com toda a importância que nós [PCP] consideramos, mas não perdemos o objetivo urgente, que é, de facto, a demissão do Governo. Chamemos o PS a esta luta", disse Jerónimo de Sousa, pedindo ao PS para "não ficar à espera, sentado, que lhe caia no regaço a capitalização que resulta da própria luta".

Aos que "muitas vezes" perguntam porque o PCP não se entende com o PS, Jerónimo de Sousa respondeu com uma pergunta: "Já se interrogaram porque é que o PS nunca se entendeu com o PCP e procura sempre entender-se com a direita, como aconteceu nestes últimos 37 anos?".

O PS "não se entende com o PCP porque, de facto, o grande problema está na política de direita de que o PS e corresponsável. O problema é que nós [PCP] consideramos fundamental rejeitar esse ?pacto de agressão' [memorando de entendimento com a 'troika'], que está a infernizar a vida dos portugueses e do povo e o PS assinou-o e continua comprometido com ele", rematou Jerónimo de Sousa.

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