Thursday, May 23, 2013

União Europeia deve encontrar formas de apoiar Guiné-Bissau - Ramos-Horta



FP – JMR - Lusa

Bissau, 23 mai (Lusa) - O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, pediu hoje à União Europeia que retome os apoios ao país, através, por exemplo, da UNICEF, acrescentando que sanções afetam milhares de crianças.

"Que encontrem mecanismos de apoio à Guiné-Bissau que não afetem os princípios que defendem, que é de zero tolerância em relação a golpes de Estado", disse Ramos-Horta após uma audiência com o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, a propósito da turbulência no setor da Educação, com greves constantes dos professores por falta de salários.

Ramos-Horta salientou que os vizinhos da Guiné-Bissau, agrupados na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), têm sido "muito generosos e solidários e têm contribuído", e pediu à "União Europeia e a outros" para que repensem também as suas políticas.

Esse apelo, frisou, já o fez diretamente aos embaixadores da União Europeia junto das Nações Unidas, quando da sua recente deslocação à ONU.

"Encontrem outros mecanismos de apoio, agora sancionar, retirar todo o apoio, que afeta diretamente milhares e milhares de crianças? não sei como é que isso pode fazer valer os princípios que a União Europeia e outros defendem", disse.

No entender de Ramos-Horta podem ser encontradas "medidas criativas" e se "a União Europeia e outros" não podem ajudar diretamente a Guiné-Bissau por causa das sanções podem canalizar essa ajuda através da UNICEF.

"Que seja a UNICEF a desembolsar as ajudas para poder permitir às crianças retomar as escolas, já não seria a União Europeia e o governo da Guiné-Bissau mas seria a UNICEF ou outras agências da ONU", defendeu.

A intervenção de Ramos-Horta foi importante para que os sindicatos dos professores desconvocassem hoje a greve no ensino público que vinha decorrendo desde o passado dia 08, conforme reconheceram os próprios sindicatos, que se reuniram na quarta-feira com o representante da ONU em Bissau.

Na sequência de um golpe de Estado a 12 de abril do ano passado a maior parte da comunidade internacional, União Europeia incluída, cortou os apoios ao governo da Guiné-Bissau. A União Europeia não reconhece o atual governo de transição.

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