Liliana Valente – Jornal i
Para o governo, tudo fica quase igual com a saída de Vítor Gaspar e a entrada de Maria Luís Albuquerque no Ministério das Finanças. A começar pelas metas do défice que se mantém para já, a passar pela necessidade de assegurar a credibilidade externa do país. Fonte oficial do governo diz que o executivo vai entrar agora numa segunda fase, a do crescimento, mas que isso não significa uma “mudança”, mas uma evolução e, sublinha a mesma fonte, Vítor Gaspar teve um papel importante na primeira fase que lhe deu um grande “desgaste político” e por isso a sua substituição pela secretária de Estado mostra que há continuidade e por isso “ajuda a garantir essa credibilidade junto dos mercados e dos parceiros internacionais.
E é na escolha de Maria Luís Albuquerque que, segundo a mesma fonte, assenta a força da “liderança” do primeiro-ministro. Isto porque, na carta de demissão do ministro das Finanças, Gaspar escreve que a sua saída pode contribuir para o reforço da liderança do chefe do governo. Perante estas palavras, a fonte oficial do governo diz que “um sinal muito forte da capacidade de liderança do primeiro-ministro” foi a escolha de Maria Luís Albuquerque ao ter a capacidade de “assumir os custos políticos iniciais”. Por “custos políticos iniciais” a mesma fonte entende a recente polémica que envolve o nome de Maria Luís Albuquerque com os contratos swap.
Para o governo, a nova ministra, que vai tomar posse esta tarde, é assim “a melhor pessoa para assegurar a coordenação do ministério” uma vez que está por dentro dos dossiers e que já participava quer em reuniões com a troika, quer com o Ecofin. E por isso assegura que não em indicação “que tivesse sido ponderado outro nome”, incluindo o de Paulo Macedo. E relembra ainda os sucessos das pastas em queMaria Luís Albuquerque esteve envolvida como a extensão dos prazos de maturidade ou o regresso aos mercados.
Apesar do impacto da saída de Vítor Gaspar, o governo mantém as metas orçamentais deste ano, para o qual foi acordado um défice de 5,5%, mas admite revê-las se considerar necessário por motivos conjunturais e se isso for viável, de acordo com fonte oficial do executivo. "O governo mantém as metas”, sendo que é possível encetar uma negociação “caso seja necessário, por motivos decorrentes da conjuntura, e caso seja viável no contexto da negociação com os nossos parceiros internacionais", uma ideia que o próprio primeiro-ministro já tinha assumido publicamente, mas que a acontecer, “"nunca será feito na praça pública", garante a mesma fonte.
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