MB – MLL - Lusa
O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, disse hoje preferir um recenseamento biométrico de potenciais eleitores para o escrutínio de 24 de novembro, como forma de "evitar contestação dos resultados eleitorais".
"Não faria sentido voltar ao problema de contestação permanente dos resultados eleitorais. Na minha perspetiva está fora de questão um recenseamento manual. Tem de ser biométrico", afirmou Serifo Nhamadjo em declarações aos jornalistas após plantar quatro árvores no Palácio da República.
No âmbito do "mês da árvore" na Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo plantou hoje árvores no Palácio da República, que está a beneficiar de obras de reabilitação por parte de técnicos chineses. O Palácio está inutilizado desde que foi atingido por bombas durante o conflito político-militar de 1998/99.
Questionado sobre as dúvidas que certos setores do país têm manifestado quanto à data da realização de eleições gerais, 24 de novembro, o Presidente de transição guineense disse que o escrutínio vai mesmo ter lugar na data marcada.
"Como deve calcular não há nada que se faça que não tenha contestação de alguns. O importante é que todos nós devemos trabalhar, fazer um esforço conjunto e não pensar só nas facilidades. Temos que enfrentar as dificuldades para as ultrapassar. Eu acredito que, se houver boa vontade conjugada, a data é possível. É só pôr os meios e aumentar a equipa de trabalho para que a data seja possível", notou Nhamadjo.
Ainda a propósito das eleições gerais, o chefe de Estado guineense afirmou que "seria impensável" pensar na realização do escrutínio sem o concurso da comunidade internacional. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) diz que precisa de 5,6 milhões de euros para o seu funcionamento no âmbito das eleições de novembro.
"A Guiné-Bissau nunca teve recursos próprios para organizar eleições, contou sempre com a comunidade internacional e estas eleições também não vão fugir a essa regra. São indispensáveis os apoios da comunidade internacional, aliás sem a comunidade internacional é impensável fazer eleições na Guiné-Bissau", observou Serifo Nhamadjo, que acredita que os apoios virão.
"Há garantias verbais. Nas discussões mantidas com as autoridades, a comunidade internacional sempre manifestou a disponibilidade de apoiar desde que fossem cumpridas etapas. Nós já cumprimos a nossa parte. Falta agora a comunidade internacional", afirmou.
Sobre o seu gesto de plantar árvores, o Presidente guineense disse pretender chamar a atenção daqueles que cortam a floresta do país.
"É justamente para contrariar a devastação, para saber que quando se corta deve-se plantar. Estamos a tentar lançar um sinal de incentivo a todos os guineenses para que este mês da árvore seja de facto de implementação. Para que aqueles que andam a devastar a floresta possam ter a consciência de que cada vez que tiram uma árvore ponham uma ou duas", disse Nhamadjo, que estava ladeado do primeiro-ministro, Rui de Barros, e do presidente do parlamento, Sori Djaló.
Foto: ANDRE KOSTERS/LUSA
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