Opera Mundi, São Paulo
Fim de pacto de cooperação, assinado na década de 1960, é visto com uma medida para acalmar debate sobre privacidade e vigilância no país
Após a divulgação do escândalo de espionagem feito por Washington, a população da Alemanha pressionou o governo por uma resposta sobre a participação de Berlim no processo. Nesta sexta-feira (03/08), a resposta, enfim, chegou: o governo alemão encerrou o acordo de compartilhamento de vigilância secreta com os EUA e Reino Unido.
A histórica parceria de cooperação mútua assinada na década de 1960 autorizava Washington e Londres a realizarem operações de espionagem com vista à proteção da segurança nacional. "O cancelamento dos acordos administrativos, que realizamos nos últimos dias, é uma consequência apropriada e necessária do recente debate sobre a proteção da privacidade pessoal", disse o ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, em entrevista à imprensa europeia.
O acordo entre as potências internacionais foi mantido em sigilo durante décadas e só foi revelado em julho após seguidas denúncias do esquema de espionagem elaborado por Washington. Documentos secretos revelados pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden, em junho já mostravam que a Alemanha era um dos países mais interessados nos serviços de espionagem dos EUA.
O escândalo de vigilância deflagrou a relação de cumplicidade entre as agências secretas da Alemanha com a NSA ( sigla em inglês para Agência de Segurança Naciona). A oposição alemã chegou inclusive afirmar que a administração de Angela Merkel é responsável por uma por permitiu a colaboração dos seus serviços de espionagem com a NSA. Em entrevista à agência AP, a porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Berlim, Ruth Bennett, que se limitou a confirmar o cancelamento do acordo.
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