Verdade (mz) - Editorial
Nós sabemos de ciência certa que toda a liberdade que a imprensa conquistou foi arrancada a ferro e fogo, com muitas lágrimas, sacrifícios sobre-humanos e sangue derramado. Será assim sempre que as lideranças pensarem que a liberdade é uma coisa que só pode residir na Pereira do Lago. Sabem-no os filhos de Carlos Cardoso que viram o pai morrer pelo poder da sua caneta.
Sabem todos os que ousaram hastear a bandeira da liberdade e da livre expressão. Nada do que foi conquistado pelos moçambicanos foi gratuito ou uma dádiva da Frelimo de Guebuza. Moçambique só é livre porque o solo sagrado da pátria foi regado com muitas lágrimas, muito suor e muito sangue dos moçambicanos. Morreram homens, mulheres e crianças na luta de libertação nacional que os livros de história não homenageiam. Morreram inocentes na guerra dos 16 anos.
Outros cidadãos foram presos por contestar a legitimidade do regime. Outros perderam empregos por causa das suas cores políticas. Moçambique também é feito dos que são miseravelmente exploradas com o fardamento da PRM, nas empresas de segurança privada, nos armazéns. Os que apodrecem injustamente nas prisões. O país é a soma disso. Dos empregados do regime e dos que se opõem às suas amarras.
O país é e deve ser feito de todos. Cada homem é um cidadão livre de escolher entre o caminho das privações ou uma bota para lamber. Cada um de nós é livre de honrar as calças que veste ou de ser sacudido por pesadelos constantes durante a vigília. A independência serve exactamente para seguirmos as nossas vocações e gritarmos para todo o mundo o que pensamos. Sem reservas e sem máscaras.
Exactamente por isso é que julgamos que as listas congeminadas no esgoto da sacanice não carecem de secretismo. Nós aceitamos a vossa condição de polidores oficiais. O que não precisam de fazer, no conforto da cobardia, é atacar-nos pelas costas. Isso é inadmissível. Nós nunca jogamos sujo dessa forma. Os nossos ataques ao regime foram sempre frontais e escudados no mais alto interesse da pátria. Não fica bem, por isso, que nos apunhalem pelas costas.
Deixem que os órgãos de informação tracem as suas próprias agendas. Essa lista de analistas para denegrir o trabalho do Jornal @Verdade e Canal de Moçambique revela um regime em desespero e à beira da falência.
A posição do Eduardo Constantino, nos programas na Televisão Prostituída de Moçambique, vulgo TVM, nem parecem de um jornalista que deve pautar pela isenção e rigor. O seu desprezo pelo “cidadão repórter” é o mesmo que desandar o caminho que percorremos para alcançar a liberdade.
A grande vantagem da denúncia do Savana é que já não precisamos de pensar que um Gulamo Taju ataca cobardemente jornais livres por mera ignorância. É mesmo sacanice. E da pior espécie.
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