Tuesday, April 30, 2013

Central sindical guineense pede a trabalhadores compreensão e que apertem o cinto




FP – MLL - Lusa

Bissau, 30 abr (Lusa) - A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), Central Sindical, apelou hoje à compreensão dos trabalhadores "no sentido de apertarem o cinto e consentirem sacrifícios a que foram impingidos a sofrer".

Numa mensagem por ocasião do 01 de Maio, dia do trabalhador, a central sindical afirma que o importante é "saber viver consoante as circunstâncias", lutando "pela sobrevivência" e por melhores condições de vida.

"Estejam confiantes de que melhores dias virão, em que haveremos de esquecer as difíceis condições que vivemos este 1.º de Maio de 2013", diz a mensagem.

Nesta data, segundo o secretário nacional para a organização e dinamização sindical da UNTG, Pedro de Carvalho, os trabalhadores da Guiné-Bissau não têm motivos para festejar, porque até hoje a grande maioria ainda nem recebeu o ordenado de abril.

Na Guiné-Bissau, o principal empregador é o Estado e, até agora, tirando as forças de defesa e segurança, a maior parte dos trabalhadores ainda não recebeu o ordenado, apesar de os funcionários do Ministério das Finanças terem interrompido uma greve precisamente para possibilitar o pagamento de salários, disse o responsável.

Outro motivo para não comemorar o dia do trabalhador, acrescentou, prende-se com o facto de até agora Governo e sindicatos não se terem entendido na revisão dos salários e na instituição de um salário mínimo, que na Guiné-Bissau não existe.

Na Função Pública, o salário mais baixo é de 32 mil francos CFA (49 euros), mas a UNTG propõe que seja criado um salário mínimo e que este seja de 90 mil francos (137 euros), valor que considera mínimo para uma família pagar alimentos, renda de casa, escola, medicamentos e transportes.

"O salário que se pratica até agora é de miséria", disse Pedro de Carvalho à Lusa, acrescentando que os sindicatos estão disponíveis para negociar a proposta dos 90 mil francos, mas que os 32 mil é um valor inaceitável.

A UNTG quer também que haja da parte do Governo uma definição de salários consoante as habilitações, para acabar com a atual situação em que "há desigualdade em termos remuneratórios nos Ministérios", disse.

A central sindical afirma-se ainda, no comunicado, consciente do "desespero e desilusão" dos trabalhadores e diz que agendou "propostas realistas" para o Governo que for eleito nas eleições previstas para este ano, "tendo em conta as limitações do atual Governo".

Garante igualmente estar ao lado dos que lutam contra poderes antidemocráticos e por estabelecer uma paz duradoura na Guiné-Bissau, tornando possível a colaboração internacional e a criação de mais emprego e melhor nível de vida dos trabalhadores.

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