O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou ontem à noite que a CPLP “deve ter em conta os seus estatutos” quando estudar o pedido de adesão da Guiné Equatorial e lembrou que a organização lusófona é “de língua oficial portuguesa”.
Em entrevista ao programa “Sociedade das Nações”, da SIC Notícias, o Chefe de Estado disse que não iria “responder como o presidente Pedro Pires, que disse que era muito pragmático”, e afirmou que não se quer pronunciar antes da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros que no final da próxima semana se reúnem em Luanda para analisar, entre outras questões, o pedido da Guiné Equatorial.
Os ministros vão de seguida enviar aos chefes de governo e de Estado presentes na cimeira da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) a sua proposta, que será votada numa situação em que “Portugal é apenas um entre oito”.
“Portugal não está na posição da França ou da Inglaterra, em que se assume como potência neocolonizadora que impõe a sua vontade”, frisou.
Na entrevista, concedida à SIC nas vésperas da partida para a primeira visita de Estado de Portugal a Angola, Cavaco Silva defendeu a constituição de “uma parceria estratégica de alguma forma institucionalizada”. Essa parceria deve permitir a realização de “reuniões de alto nível com uma certa periodicidade onde se possam dirimir, esclarecer os problemas” que surgem quando as relações “são muito intensas” entre dois países.
“É bom que os ministros e chefes de governo se encontrem com alguma periodicidade”, frisou, deixando porém claro que “em Angola não está o milagre da economia portuguesa, não é o Eldorado”.
Portugal e Angola devem manter uma “relação madura e descomplexada”, normal “entre dois estados soberanos”, acrescentou, lamentando que “a diplomacia económica” portuguesa não esteja a conseguir as vantagens que podia tirar de um capital de simpatia não apenas em África mas no Japão, na China e na Índia”.
Público - Lusa
Uma pergunta… pertinente. Ou talvez não...convenha
Cavaco diz (subentende-se) da sua discordância relativamente à adesão - e ser membro de pleno direito - da Guiné Equatorial na CPLP. Então que diferença existe entre o regime da Guiné Equatorial e o de Angola? Qual é moral deste PR português?
(Redação PG)
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