Ana Rodrigues – Rádio Renascença
Mais de 200 pessoas foram detidas na quinta-feira e estão hoje no Campus da Justiça, em Lisboa. Há quem já se tenha sentido mal, obrigando à intervenção do INEM. Advogado Garcia Pereira diz que as acusações não fazem sentido.
Foi marcado para 12 de Julho o julgamento das pessoas detidas na quinta-feira, ao final da tarde, e acusadas de atentado à segurança do transporte rodoviário. Foram convocadas para se apresentar esta sexta-feira no Tribunal de Pequena Instância Criminal, esta sexta-feira, causando alguma confusão no Campus da Justiça, em Lisboa.
A Renascença está no Campus da Justiça, a acompanhar os manifestantes acusados. Garcia Pereira é advogado de uma das arguidas e considera que os crimes em causa não têm qualquer sentido.
“Se um grupo de pessoas desfilar pela capital, enquadrado e com o caminho a ser aberto por batedores da PSP, não há nada de irregular nisto. Tentar imputar crime contra a segurança rodoviária, sustentando que as pessoas estavam a pôr em causa a segurança de pessoas e bens, mais absurdo é, quando se trata de um desfile acompanhado pela polícia”, argumenta.
Muitas pessoas não têm advogado constituído, mas a Ordem dos Advogados já garantiu que vai prestar apoio aos arguidos. Ao Campus de Justiça deslocou-se o presidente do conselho distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, Vasco Marques Correia.
"Estamos a tratar de fazer uma escala especial para este recorde de detenções em Portugal", afirmou aos jornalistas o representante.
"Não é normal que sejam detidas mais de 200 pessoas numa noite", acrescenta.
A espera para identificação, esta manhã, no tribunal foi longa e houve mesmo quem se tivesse sentido mal, sendo necessário chamar o INEM.
Os 226 arguidos foram ontem detidos na zona das Amoreiras, quando se preparavam para impedir o acesso à Ponte 25 de Abril.
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