Friday, June 28, 2013

Portugal: SJ SAÚDA CONTRIBUTO DOS JORNALISTAS NA GREVE GERAL




O Sindicato dos Jornalistas (SJ) saúda todos os trabalhadores que participaram hoje na greve geral, destacando o contributo dos jornalistas para esta demonstração expressiva da necessidade de um novo rumo para o país.

Em comunicado divulgado ao final da tarde de hoje, 27 de Junho, o SJ sublinha em particular a adesão maciça à greve registada na Lusa, o que inviabilizou a distribuição de notícias, interrompida às 8h45 devido à inexistência de condições, como a própria agência justificou em nota aos clientes e utilizadores.

No comunicado, que a seguir se reproduz, o SJ critica ainda a inesperada visita do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional à sede da empresa, ocorrida esta tarde, considerando-a “completamente despropositada e mesmo uma provocação aos trabalhadores em greve".

Comunicado

SJ saúda participação na Greve Geral

1. O Sindicato dos Jornalistas saúda todos os trabalhadores que participaram hoje na Greve Geral, destacando especialmente os jornalistas que deram a sua contribuição para esta demonstração expressiva da necessidade de um novo rumo para o país, contra as políticas de austeridade e a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas, dos desempregados e dos jovens.

2. O SJ saúda de modo particular os jornalistas ao serviço da Lusa – Agência Portuguesa de Notícias, cuja adesão maciça inviabilizou a distribuição de notícias, interrompida às 8h45, devido à inexistência de condições, como a própria agência justificou em nota aos clientes e utilizadores.

3. Além dos objectivos gerais desta paralisação, os jornalistas ao serviço da Lusa quiseram especialmente manifestar a sua preocupação quanto à situação de degradação da qualidade do trabalho prestado pela agência, pela redução de postos de trabalho e pela precarização do corpo de delegados e correspondentes, em resultado do corte de 31% no orçamento da empresa imposto pelo Governo.

4. O SJ considera aliás completamente despropositada e mesmo uma provocação aos trabalhadores em greve a inesperada visita do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional à sede da empresa, ocorrida nesta tarde, e lamenta que não tenha sido ponderada outra oportunidade. 

5. O SJ saúda também os jornalistas ao serviço da empresa Rádio e Televisão de Portugal (RTP), onde se registaram níveis de adesão apreciáveis, nomeadamente no Centro Regional do Norte, criando dificuldades designadamente na execução de reportagens, enquanto na RTP-Madeira, onde três programas de informação emitidos hoje foram gravados ontem, se destaca a adesão da totalidade dos repórteres de imagem da empresa.

6. Além dos objectivos comuns desta luta, os jornalistas e outros trabalhadores na RTP enfrentam um duro e longo processo de resistência às medidas de enfraquecimento e até de desmantelamento dos serviços públicos de rádio (RDP) e de televisão (RTP), traduzidas designadamente na eliminação da indemnização compensatória devida pelo Estado e no plano de redução drástica de pessoal.

7. Trata-se de uma luta que exigirá crescentes forças e redobrado ânimo, pelo que a Direcção do SJ exorta os jornalistas e restantes trabalhadores a reforçar a unidade em torno da defesa dos postos de trabalho e do futuro dos serviços públicos de rádio e de televisão com qualidade e ao serviço das populações.

8. O SJ saúda também os jornalistas ao serviço de muitos outros órgãos de informação que, apesar de condições mais adversas, da precariedade ou do medo que campeia em muitas redacções, reuniram hoje ânimo e força para dar a sua contribuição para esta luta, participando nela – nalguns casos com adesões assinaláveis, como na TVI, onde duas dezenas de jornalistas não compareceram – ou comungando dos seus objectivos.

9. Independentemente dos resultados aritméticos imediatos da jornada, os jornalistas e outros trabalhadores da comunicação social, assim como as suas organizações representativas, ganharam hoje maior consciência da necessidade de construir a unidade de todos os trabalhadores e de criar condições para uma participação mais forte e mais decidida em futuras lutas. 

Lisboa, 27 de Junho de 2013

A Direcção 

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