António Veríssimo
As eleições autárquicas 2013 em Portugal já dão que falar há tempos. Estão previstas para se realizar em setembro e os candidatos já se perfilam, estando muitos deles envoltos numa capa de "dinossauros" porque já levam dezenas de anos a desempenhar aqueles cargos em sucessivos mandatos repletos de vícios e de interesses dúbios, de corrupções e outras manhas a que parece a justiça não querer ou não poder chegar. Certo é que aqueles "dinossauros" tudo fazem para continuar - independentemente de a lei recente não lhes permitir desempenhar mais de três mandatos.
A contenda de a lei ser omissa ou não sobre se não podem desempenhar mais de três mandatos na mesma autarquia, podendo desempenhar depois mais três mandatos noutra, e depois mais três noutra, e noutra, e noutra... anda a roçar as bordas dos tribunais e até do Constitucional. Presume-se que tudo fique a contento dos "dinossauros" e dos interesses dúbios que eles representam. A lei e a justiça em Portugal é dura mas é com os pequenos e fragilizados, com os fortes não se mete. A justiça cobarde sobressai, como sempre.
Para além desta novela sobre a interpretação da lei - não esquecer que o legislador produz leis confusas exatamente para delas se servir a seu contento - está à vista a falta de honestidade e transparência de muitos candidatos autárquicos do PSD de Passos Coelho. O registo em imagem acima exposto é exemplo disso. Moita Flores, candidato do PSD à autarquia de Oeiras (salvo correção) já tem a sua campanha em marcha e os respetivos cartazes. A surpresa e desonestidade de Moita Flores estão patentes na falta de indicação explicita do partido político por que é candidato, o PSD. A intenção de ocultação é evidente. A razão por que assim procede também. O PSD está bastante mal cotado entre os eleitores pelo desgaste que tem tido no atual mau governo de Portugal e isso refletir-se-á nas eleições autárquicas. Então, no exemplo, Moita Flores foge do símbolo do partido por que concorre como o Diabo foge da cruz. Compreende-se, mas a desonestidade, a publicidade enganosa, deverá ser a sua punição por parte dos eleitores e assim nele não votarem. Porque, como é dito em bom português, "quem faz um cesto faz um cento". Se Moita Flores é capaz de ter este comportamento desonesto ao ocultar da visão dos eleitores o símbolo do partido por que se candidata também será capaz de ocultar muitas outras desonestidades. Sobre Moita Flores a desilusão com este seu comportamento é lamentável e surpreendente, levando a que se conjeture dele que afinal não será quem julgávamos ser: tão boa pessoa, tão sincero, tão democrático, tão transparente. A punição a este comportamento deverá ser não votar nos desonestos e cobardes que com intenção dolosa pretendem omitir o partido por que se candidatam.
Evidentemente que não é só Moita Flores que omite nas suas publicidades de campanha o partido político por que concorre à autarquia. De norte a sul vimos os candidatos do PSD terem esse comportamento. Luís Filipe Menezes, um "dinossauro" mais que bolorento, do PSD, também faz o mesmo. Omite nos cartazes de campanha o partido político por que concorre. Outros candidatos do PSD o emitam. A vergonha e o receio de neste momento fazerem parte do partido político que é governo e arrasa Portugal é imensa e por tal nem sequer têm vergonha da sua desonestidade ao procurarem apanhar eleitores distraídos ou ignorantes. Afinal, sabemos, vergonha é coisa que os políticos nunca têm. Ou se assim não fosse jamais seriam reincidentes nas desonestidades reiteradamente cometidas. Moita Flores vai nessa senda, pelo visto. O vício do Poder sobrepõem-se a tudo, como dizem. Principalmente à verdade e à justiça. Vai haver autárquicas com candidatos do PSD envergonhados e desonestos. A punição deve ser não votar neles, para que aprendam que nem sempre com papas e bolos se enganam os tolos.
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