Houve incidentes em Frankfurt entre a polícia e os manifestantes. Na Grécia, quase ninguém saiu à rua e nem a polícia apareceu.
As manifestações contra a “troika” e a austeridade juntaram na tarde deste sábado vários milhares de pessoas em 80 cidades europeias. Só na cidade alemã de Frankfurt, onde fica a sede do Banco Central Europeu (BCE), terão sido 7000 os manifestantes, segundo a polícia.
A organização, o colectivo anticapitalista Blockupy, esperava 20 mil participantes mas ainda não divulgou números da adesão. Segundo a agência France Press, o protesto foi marcado por alguns incidentes, com a polícia a usar gás lacrimogéneo para exigir a um grupo de manifestantes que desfilassem de cara destapada.
“Queremos dizer claramente que a política do BCE e da ‘troika’, sujeitos à influência do governo federal, não é a solução”, disse à AFP o porta-voz do Blockupy, Roland Suess, que reúne sindicatos e organizações de esquerda.
Em Espanha, várias centenas de pessoas concentraram-se em frente à sede do Banco de Espanha, em Valência, e gritaram contra a política de cortes imposta pela "troika", escreve o El País. Em Madrid o protesto ainda decorria às 21h (20h em Lisboa), animado por centenas de pessoas que tocando e cantando, em direcção à sede da represenatação europeia na capital espanhola. Noutras cidades como Bilbao, Saragoça e Vigo as ruas encheram-se de manifestantes que empunhavam cartazes e faixas com o lema desta manifestação global: “Povos unidos contra a troika!”
Em Bruxelas, escreve a agência EFE, um grupo de jovens do movimento 15-M estiveram concentrados no bairro europeu para protestar.
Também em Toulouse, no sul de França, e em Paris se ouviram gritos contra o BCE, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Centenas de manifestantes, franceses e estrangeiros, juntaram-se ao início da tarde na Praça do Trocadero, em frente à Torre Eiffel, para mostrar o seu descontentamento.
“O interesse desta manifestação é ela ser europeia e é a compreensão dos cidadãos de que os problemas que estão a atravessar a Grécia, Portugal, Irlanda, Chipre, os países que estão sob o império da ‘troika’, mas também os problemas que estão a atravessar países como a França”, disse à Lusa a economista Cristina Semblano, representante do Bloco de Esquerda em França.
Por volta das 15h15 locais (14h15 em Lisboa) ouviu-se em Paris a célebre “Grândola, Vila Morena”, pela voz de João Rufino. Os portugueses presentes aproximaram-se e cantaram juntos a senha da Revolução dos Cravos. Durante a tarde ouviram-se gritos de revolta em várias línguas, empunharam-se cartazes onde se podia ler “Povos unidos contra a ‘troika’” e “Somos expulsos de Portugal”.
Em Atenas, na Grécia, a convocatória não teve grande êxito, segundo um correspondente do El País. Apareceu um pequeno grupo de pessoas na praça Syntagma, nem sequer se viu a polícia. "É porque esta é uma iniciativa independente e também porque as pessoas estão fartas de manifestações", disse um dos participantes.
Foto: Em Frankfurt houve confrontos entre a polícia e os manifestantes KAI PFAFFENBACH/REUTERS
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