23% dos moçambicanos, na sua maioria jovens, não têm emprego e nada fazem para ganhar a vida.
William Mapote – Voz da América
O índice de desemprego é alto em Moçambique e atinge principalmente os jovens que pretendem ingressar ao mercado de trabalho pela primeira vez, indica um relatório da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), o maior movimento sindical do país.
Intitulada “Dinâmica Actual do Mercado de Trabalho e desafios do Movimento Sindical em Moçambique”, o relatório indica que o acesso ao emprego formal é cada vez mais difícil, sobretudo para os jovens, que são a maioria da força de trabalho activa no país.
A reportagem da Voz da América esteve no bairro da Mafalala, um dos subúrbios mais famosos da capital moçambicana.
Em bancos improvisados de pedra debaixo duma frondosa sombra de mangueira, dezenas de jovens e idosos passaram horas a fio jogando Ntxuva, um jogo tradicional típico do país. E a razão é para todos a mesma: A falta de emprego.
Era Eduardo Sate, de 27 anos de idade, é um dos cerca de 20 jovens que encontramos na Mafalala. Depois de concluir a 12ª em 2005, tudo o que tem conseguido são biscates ocasionais, sendo grande parte do tempo passado nas espectativas.
De domingo a domingo, do amanhecer ao cair da noite, passa horas a fio jogando, com o sonho de um dia a sorte lhe bater a porta, e conseguir um emprego para ganhar a vida.
Sate é um dos 23% de moçambicanos, na sua maioria jovens, que segundo dados hoje divulgados pela Central Sindical dos trabalhadores moçambicanos, não tem emprego e nada fazem para ganhar a vida.
O estudo revela ainda que 32.7 % da mão-de-obra encontra-se no sector privado, 23.3% no público e 39.5% no informal.
O governo diz ter criado nos primeiros seis meses do ano, cerca de 160 mil postos de emprego, mas dado o crescimento de jovens que atingem anualmente a maioridade, os números anunciados, parecem invisíveis para quem anda pelas ruas das cidades moçambicanas.
O coordenador residente da Organização das Nações Unidas (ONU) em Moçambique, Koenrad Vanor Melingen, considera a situação do desemprego no país, bastante séria, e exigem medidas mais arrojadas.
Apesar do crescimento económico e dos elevados investimentos estrangeiros de que o país entrou na fama mundial nos últimos anos, os resultados continuam sem se fazer sentir na maioria dos moçambicanos.
As Nações Unidas prometem dar o seu contributo para apoiar as acções governamentais e apelam para que aposte na formação profissional, para gerar cada vez mais mão-de-obra qualificada, por forma a aproveitar todas as oportunidades que forem surgindo.
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