Pedro Rainho com Susete Francisco – Jornal i
Autárquicas de domingo são as primeiras com o novo mapa da organização do território: 230 dos 308 concelhos tiveram alterações
A partir das oito da manhã deste domingo e até às 19 horas quase 9 milhões e meio de eleitores - mais precisamente 9 485 250, o número de inscritos nos cadernos de recenseamento - vão escolher entre as mais de 12 mil listas que se apresentam a estas eleições autárquicas.
Um sufrágio com várias novidades, sendo a mais expressiva a reorganização do território, que veio mudar o mapa do poder local. Das anteriores 4259 freguesias, os eleitores escolhem agora os seus representantes locais para 3094 juntas - extintas ou anexadas, desapareceram do mapa 1165 freguesias, o que envolveu mexidas na divisão territorial de 230 dos 308 concelhos do país. A mudança implicou a alteração do número de eleitor e local de voto de milhares de pessoas, obrigando a uma operação logística de informação aos eleitores que se estenderá até domingo (ver caixa ao lado).
Estas são também as primeiras autárquicas que decorrem sob a égide da lei de limitação dos mandatos autárquicos. Pela primeira vez, os presidentes de câmaras municipais não puderam candidatar-se a um quarto mandato consecutivo na mesma autarquia. Segundo dados citados pelo semanário "Sol", são cerca de 300 mil os candidatos que se submetem à escolha dos eleitores nestas autárquicas. Em causa estão 46 mil mandatos.
voto molhado
Em 2009 mais de quatro em cada dez eleitores não foram às urnas (41%). Esse foi, de resto, o ano em que a abstenção registou o seu valor mais alto para umas eleições locais na Segunda República.
Este ano os eleitores não poderão contar com a ajuda do estado do tempo - que é invariavelmente tido como factor influente na decisão de participar ou não no acto democrático mais directo que os cidadãos portugueses têm à sua disposição. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o céu estará em regra muito nublado, não ficando descartada a possibilidade de períodos de chuva ao longo de todo o dia.
Apuramento também muda
O processo de contabilização dos votos também muda nestas eleições. Com o fim dos governos civis, a centralização da contagem será, pela primeira vez, feita em centros telefónicos a operar em edifícios da Portugal Telecom - será para estes centros que será comunicada a votação de todas as assembleias de voto.
O centro principal estará em Lisboa, mas segundo fonte da Direcção-Geral de Administração Interna (DGAI) ao i haverá outros centros em caso de problemas. Se tudo o resto falhar, haverá no Porto um centro de último recurso. Os votos serão recebidos por pessoas "formadas pelos técnicos da DGAI, normalmente com formação superior e com experiência em informática", de acordo com a mesma fonte. No Taguspark, em Oeiras, estará instalado um centro que acompanhará ao minuto todo o processo eleitoral.
Leia mais em Jornal i
No comments:
Post a Comment