Balneário Público
Oliveira e Costa já apareceu e foi ao DIAP prestar declarações na qualidade de testemunha no Caso Homeland/Duarte Lima. Afinal, o honesto Costa, amigo do honesto Cavaco Silva e do honesto Loureiro, e etc. mais etc., só estava por aí algures. Essa a razão de não estar em casa. Bem podia a polícia procurar o honesto cidadão sem ter êxito caso não informassem que ele estava por aí. Sem forçar, mas lembrando as siglas BPN e SLN, este “por aí” trouxe à memória algo que se atravessou por aqui agora mesmo, já rançoso mas em perfeitas condições para citar de Tabus de Cavaco - dezembro de 2010: “A quem é que Cavaco e a filha compraram, em 2001, 254 mil acções da SLN, grupo detentor do BPN? O PR disse há tempos, em comunicado, que nunca tinha comprado nada ao BPN, mas «esqueceu-se» de mencionar a SLN, ou seja, o grupo que detinha o Banco. Como as acções da SLN não eram transaccionadas na bolsa, a quem é que Cavaco as comprou? À própria SLN? A algum accionista?” Mais perguntas do curioso Tabu: “Qual accionista? (Sobre este ponto, ver adiante.) Outra pergunta que não me sai da cachimónia: Como é que foi fixado o preço de 1 euro por acção? Atiraram moeda ao ar? Consultaram a bruxa? Recorreram a alguma firma especializada? Curiosamente, a transacção foi feita quando o BPN já cheirava a esturro, quando o Banco de Portugal já «andava em cima do BPN», ao ponto de Dias Loureiro (amigo dilecto de Cavaco e presidente do Congresso do PSD), ter ido, aliás desaconselhado por Oliveira e Costa, reclamar junto de António Marta, como este próprio afirmou e Oliveira e Costa confirmou. Outra pergunta: Cavaco pagou? E se pagou, fê-lo por transferência bancária, por cheque ou em cash? É importante saber se há rasto disso. Passaram dois anos. Em carta de 2003 à SLN, Cavaco alegadamente «ordenou» a venda das suas acções, no que foi imitado pela filha. Da venda resultaram 72 mil contos de mais-valias para ambos. Presumo que essas mais-valias foram atempadamente declaradas ao fisco e que os respectivos impostos foram pagos. Tomo isso como certo, nem seria de esperar outra coisa. Uma coisa me faz aqui comichão nas meninges. Cavaco não podia «ordenar» a venda das acções (como disse atrás, não transaccionáveis na bolsa), mas apenas dizer que lhe apetecia vendê-las, se calhasse aparecer algum comprador para elas. A liquidez dessas «poupanças» de Cavaco era, com efeito, praticamente nula. Mas não é que o comprador apareceu prontamente, milagrosamente, disposto a pagar 1 euro e 40 cêntimos de mais-valia por cada acção detida pela família Cavaco, quando as acções nem cotação tinham no mercado. E quem foi o benemérito comprador, quem foi?” Finalmente o Tabu insidioso e a derramar curiosidade responde em vez de perguntar: “Com muito gosto esclareço, foi uma empresa chamada SLN Valor, o maior accionista da SLN.” E diz mais o Tabus de Cavaco. Tanto. Tanto que nem cabe aqui. Este já é assunto não-assunto. Em Portugal não há corrupção, nem conluios, nem nepotismos. Julgo saber. Nem interessa nada estar por aqui a citar o Tabu e outros deste estilo. Que confusão aqui vai só porque era para escrever umas linhas sobre Oliveira Costa ter aparecido. Aliás, ele nem desapareceu. Tudo são exageros. Deixem os senhores trabalhar. Oliveira Costa? Amigos? Tabus de Cavaco uma ova!
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