A Semana (cv)
Uma nova forma de fazer política e como se faz o exercício do poder é o que propõe Ulisses Correia e Silva, candidato único à liderança do MpD, nas directas do próximo dia 16 de Junho. Na apresentação pública da sua candidatura esta noite, na cidade da Praia, o ainda presidente da Câmara Municipal da Praia traçou os caminhos para um “desenvolvimento duradouro”, que deve ser centrado nas pessoas.
“O problema central de Cabo Verde é político, antes de ser económico”, atira Correia e Silva, exortando por isso a um engajamento de todos – Estado, partidos políticos, deputados e cidadão – para resgatar valores positivos que fazem a diferença e contribuem para o desenvolvimento.
“Poderíamos ter uma democracia consolidada, melhor administração eleitoral, melhor administração pública, melhores embaixadas e consulados, melhor justiça, melhor segurança, melhor comunicação social se o ambiente político fosse diferente e mais favorável à qualificação das instituições. Basta vontade política. Genuína vontade política”, mostra os caminhos Ulisses Correia e Silva, que durante 50 minutos e perante um sala quase cheia de deputados nacionais e municipais, dirigentes do partido, presidentes de Câmaras Municipais de Santiago, familiares, membros da candidatura, fez um apanhado da sua Moção de Estratégia que irá apresentar aos militantes.
“O desenvolvimento precisa de um bom ambiente político e de boas instituições. Temos estabilidade. Temos democracia. Mas podemos e devemos fazer mais e melhor. Deve haver vontade política para despartidarizar a sociedade e fazer com que a cidadania seja o principal factor de desenvolvimento”, prossegue no seu longo discurso o único candidato à liderança do MpD.
Ulisses Correia e Silva não deixou de "mandar alguns recados" ao Governo do PAICV, a quem acusa de colocar o país no fundo e vulnerável face a choques externos. Mas também critica várias promessas não cumpridas do Executivo de Maria Neves e que, segundo ele, explicam a crise que estamos a viver.
Por outro lado, não deixou de olhar para dentro e traçou como deve ser o MpD, se quer ser uma “alternativa credível” em 2016. “O MpD deve estar fortemente comprometido com os valores que fazem a transformação da sociedade. Um partido organizado e dinâmico”, enfatiza Correia e Silva, que teve apoio de peso do líder cessante Carlos Veiga, um dos mais animados e sorridentes da noite, e subiu orgulhosamente ao palco para apresentar o seu delfim preferido.
Nota ainda para a ausência de figuras de proa do MpD como Eurico Monteiro, que desistiu de uma candidatura, José Filomeno, Francisco Tavares, Jacinto Santos ou Adalberto Higino Silva.
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