We Have Kaos in the Garden
Conferência de imprensa no Ministério das Finanças com Vítor Gaspar e Jeroen Dijsselbloem. O jornalista Anselmo Crespo, da SIC. Decide fazer duas questões em português ao presidente do Eurogrupo:
«Eu gostava de saber se foi ou não foi pedido pelo Governo português para se discutirem nas próximas reuniões do Eurogrupo um ajustamento do défice do próximo ano de 4 para 4,5% e se é esse o tipo de ajustamento que poderá vir a ser necessário. Gostava também de lhe perguntar como vê a crise da coligação e se de alguma forma fica preocupado com as divergências que existem na coligação e na eventualidade de uma crise política em Portugal». O holandês respondeu educadamente, sem entrar em polémicas, mas Vítor Gaspar aproveitou para demonstrar o seu desagrado.
«Relativamente à questão da existência de um pedido do Governo português, confesso que não consigo deixar de registar a deselegância de fazer a pergunta a um político estrangeiro na presença do representante do Governo português mandatado para conduzir essas negociações. Parece-me que ter essa atitude em Portugal e no Ministério das Finanças é uma atitude de uma enorme deselegância».
Inelegância? Porquê? Porque o Presidente do Eurogrupo respondeu que um ajustamento do défice era possível mas era necessário um pedido do governo português mas que isso não fora feito? Por se ficar a saber que o Ministro diz uma coisa cá dentro e faz outra lá fora? Que nos mente? Não precisa de ficar assim, afinal nós já há muito que o sabíamos e, quando se faz uma conferência de imprensa conjunta o objectivo é que os jornalistas façam as perguntas que querem a quem querem. Deselegante é mostrar que receia as respostas do seu convidado e que elas o desmintam. Deselegante e desonesto.
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