Wednesday, May 29, 2013

Chefes militares da África Ocidental querem acelerar reforma da defesa…



… e segurança na Guiné-Bissau

MB – JMR - Lusa

Bissau, 28 mai (Lusa) - Os cinco chefes de Estado-Maior das Forças Armadas dos países da África Ocidental que hoje se reuniram com o seu homólogo da Guiné-Bissau recomendaram que se acelere a reforma do setor da defesa e segurança guineense.

No discurso de encerramento e lendo as conclusões do encontro, que decorreu durante todo dia, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Costa do Marfim, general Soumayla Bakayoko, afirmou que "é urgente e necessário" pensar na reforma do setor de defesa e segurança "como condição indispensável para a estabilização definitiva" da Guiné-Bissau.

"Falamos também e fizemos uma recomendação clara sobre a importância da reforma do setor de defesa e segurança. Estarão de acordo connosco em como a Guiné-Bissau não conhecerá uma paz definitiva se o setor de defesa e segurança não for bem reformado", observou o general Bakayoko.

O presidente em exercício do comité dos chefes de Estados-Maiores das Forças Armadas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) adiantou que "há muitos veteranos de guerra e é preciso pensar a sua situação no âmbito da sua reinserção na vida económica civil da Guiné-Bissau. Foi feita uma recomendação nesse sentido".

A cimeira abordou igualmente a presença da ECOMIB (força de alerta da CEDEAO para a Guiné-Bissau), tendo exortado as autoridades guineenses e comunitárias para a necessidade de serem melhoradas as condições de vida e de trabalho dos cerca de 700 efetivos que a integram.

"Há militares alojados em habitações que não estão apropriadas para isso. Por exemplo a unidade de polícia da Nigéria, 140 homens, que vivem numa casa onde trabalham, fazem a sua preparação e ainda tomam banho. Isso é preocupante", notou o general Bakayoko.

Com o golpe de Estado de abril de 2012 aCEDEAO enviou para a Guiné-Bissau uma força composta por 700 elementos, militares e polícias, oriundos de vários países da sub-região africana.

Os chefes militares da África Ocidental também apelaram para a reformulação da composição da ECOMIB, frisando a necessidade se ter mais polícias já que a força é neste momento essencialmente integrada por militares.

"Recomendamos que se dê uma atenção particular à composição da força da ECOMIB na Guiné-Bissau, uma força essencialmente militar até aqui. Temos que reforçar a parte da polícia por causa das eleições gerais que serão realizadas ainda este ano. Queremos que estas eleições sejam asseguradas como devem de ser", sublinhou o general Bakayoko.

E concluiu: "Regozijamo-nos em ver a paz relativa neste país, a paz que a missão da ECOMIB obteve na Guiné-Bissau, gostaríamos de ver reforçada esta paz para que as eleições venham a decorrer na melhor condição de segurança".

No comments:

Post a Comment