Wednesday, May 1, 2013

1º de Maio: Milhares de moçambicanos marcharam pela justiça salarial e pela paz




PMA – JPF Lusa

Maputo, 01 mai (Lusa) - Milhares de trabalhadores moçambicanos marcharam hoje, em Maputo, para assinalar o Dia Internacional do Trabalhador, empunhando dísticos em que pontificava a exigência de "justiça salarial" e apelos à paz, face à tensão política no país.

Desfilando ao longo de um percurso de cerca de dois quilómetros na baixa da capital moçambicana, trabalhadores dos cinco sindicatos e confederações sindicais moçambicanas, bem como membros do setor informal e de ramos ainda não sindicalizados usaram a data para denunciar os baixos salários, ou a falta deles e ainda os despedimentos sem justa causa.

"Exigimos justiça salarial", "trabalho duro, para salário de miséria" e "estamos cansados de promessas que nunca cumprem: tenham vergonha", foram alguns dos dizeres apresentados nos dísticos empunhados pelos manifestantes.

O desfile, para o qual alguns trabalhadores levaram produtos das suas empresas, foi também usado para exigir a garantia de paz aos principais partidos políticos moçambicanos, face à ameaça de retorno à guerra.

"Repudiamos a guerra e somos pela paz", lia-se numa tarja empunhada por um grupo de trabalhadores que foram ao desfile alusivo ao Dia 1.º de Maio.

A exigência de paz foi um dos momentos mais importantes do discurso do secretário-geral da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), Alexandre Munguambe, no final do desfile.

"Queremos viver em harmonia e que nunca mais a guerra seja usada para resolver questões políticas", enfatizou Alexandre Munguambe.

A palavra paz voltou a ser muito ouvida em Moçambique, depois de confrontos, no início de abril, entre antigos guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) e da polícia terem provocado oito mortos e vários feridos, reavivando a memória dos 16 anos de guerra civil que o país registou até 1992.

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