MMT – APN - Lusa
Maputo, 02 abr (Lusa) - A ronda negocial de hoje entre o Governo de Moçambique e a Renamo foi inconclusiva, com o maior partido da oposição moçambicana a exigir a presença de facilitadores internacionais, nomeadamente os da União Europeia, para mediarem o conflito.
Após cerca de cinco horas de conversações, as partes não alcançaram nenhum consenso em torno dos três pontos prévios apresentados pela Renamo para a discussão, que deverá ser retomada em data incerta.
O governo moçambicano e a Renamo desmentiram, no entanto, as informações segundo as quais o partido liderado por Afonso Dhlakama tinha solicitado recursos financeiros no rol das reivindicações.
O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse aos jornalistas que, na carta entregue hoje ao Governo, a maior força política da oposição do país exigiu a presença de observadores nacionais, ou da União Europeia, União Africana, ou da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, para facilitarem o diálogo.
A Renamo impôs também como primeira condição, antes da apresentação de uma agenda às conversações, a libertação "urgente e incondicional" de seus ex-guerrilheiros detidos em Muxungué, Gôndola e Nampula.
A retirada da Força de Intervenção Rápida, polícia antimotim, e de militares das Forças Armadas "que estão a cercar" a região de Gorongosa, onde reside Afonso Dhlakama, líder do partido, foram igualmente as reclamações apresentadas pela Renamo, segundo Saimone Macuiane.
Em declarações aos jornalistas, em conferência de imprensa separada, o chefe da delegação governamental, José Pacheco, disse que o executivo de Maputo "tomou nota" das preocupações, mas condicionou o retorno à mesa das negociações a uma explicação detalhada da contraparte, a Renamo, sobre os termos de referência da presença dos referidos facilitadores.
Segundo José Pacheco, que é igualmente ministro da Agricultura de Moçambique, a posição definitiva do governo às exigências "dependerá daquilo que a Renamo apresentar até sexta-feira".
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