António Veríssimo
A peça que trazemos em memória é do Público e foi escrita em 20 de Maio de 2012 a pretexto da visita de Cavaco Silva a Timor-Leste. Passado quase um ano e meio assistimos à inversão da marcha dos visitantes e é Taur Matan Ruak, presidente de Timor-Leste, que vem a Portugal. Bem-vindo.
Nesse tempo, Maio de 2012, dizia-se que a crise em Portugal já era agudíssima, insuportável. Pois era. Mas na atualidade está pior. Muitíssimo pior. Os portugueses estão à míngua por vontade de um presidente da República indiferente, mesquinho e egoísta. Parceiro de um governo composto por mestres aldrabões que têm passado todo este tempo nos poderes a praticar as maiores trafulhices em prejuizo do país e miserabilização dos portugueses.
Em Maio de 2012 e anteriormente muito falaram da ajuda efetiva que Timor-Leste faria a Portugal (não só Timor-Leste mas outros da lusofonia). Ramos Horta até avançou com várias possibilidades de ajuda. Xanana pronunciou-se a favor da tal ajuda. Creio que Alkatiri também, e mais alguns deputados no Parlamento timorense. Mas… em que foi que isso ficou? Nada. Um grande zero. Pelo menos que se saiba.
A vontade dos timorenses, dos seus representantes eleitos foi clara. Só dependia do trato dos trâmites legais para efetivar a ajuda que fosse delineada e aprovada… Nada se viu. Talvez porque Portugal não formalizou nenhum pedido de ajuda. E se não o fez foi porque estava em intenção do governo sacrificar os portugueses o máximo possivel, causar suicidios, causar emigração, causar a morte antecipada dos velhos. E muita fome. Pôr Portugal de rastos. Devemos dizer que está a conseguir.
Timor-Leste, e outros países da lusofonia que pudessem e quisessem, não faria mais que mostrar uma prova da sua solidariedade para com os portugueses e manifestou essa disponibilidade. Faria sentido a proposta de Ramos Horta que englobaria ao menos os países mais ricos, caso de Angola, do Brasil e de Timor-Leste. A proposta tinha pernas para andar. Mas nada. Porquê? Porquê senhor Cavaco? Porquê senhor Coelho? Porquê senhor Portas?
Em vez disso foram passear por Angola, por Moçambique, por Timor-Leste, pelo Brasil, etc., e gastar por deleite o correspondente a muitos subsídios de desemprego que negam aos desempregados portugueses, votando-os à fome. E depois não gostam que lhes chamem parasitas? É o que são os que vivem bem a sugar as energias e bens de outros.
Relembremos o que foi escrito em Maio de 2012 na entrevista de Luciano Alvarez. Não sem antes explicitar com gratidão as boas-vindas a Taur Matan Ruak, Presidente de Timor-Leste, à sua esposa e sua comitiva, nesta visita a Portugal. Um Portugal destroçado na posse de liquidatários da nação lusa que em Belém e em São Bento continuam a consumir do bom e do melhor em proveito próprio, dos seus aparelhos digestivos e bancários. Bem vindo Taur Matan Ruak. (Redação - AV)
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E se agora fosse Timor a ajudar Portugal? Os presidentes não dizem “não” - Luciano Alvarez (Díli) - Público - 20/05/2012 - 12:36
Foto Miguel Madeira, com legenda TLN: “Cavaco e Taur, o cobarde e o herói.”
Publicado ontem em TIMOR LOROSAE NAÇÃO em formato longo
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