Balneário Público
Estou recordado de Cavaco andar de terra em terra numa sua iniciativa a que chamou Roteiros Contra a Exclusão Social (Roteiro da Inclusão). Era o ano de 2006 que estava a correr ao lado (ou à frente) da hipocrisia do então presidente Cavaco. Foi então que ele dizia que contava com o governo (Sócrates) naquela sua luta (e teve), como dizia o jornal Público: Cavaco Silva conta com o Governo para avançar com roteiro contra a exclusão. E o governo Sócrates executava de facto uma política contra a exclusão. A hipocrisia sem limites de Cavaco, conhecido colaborador do regime salazarista e da polícia política (PIDE), tomou falsos foros de uma grande ação de sensibilidade do PR em prol dos portugueses mais desfavorecidos mas honestos e atirados para o limbo da miséria e da indiferença. Cavaco pavoneou-se pelo país e fez nada. Mas enganou meio país ou talvez mais. Se então (em 2006) havia exclusão social o que podemos dizer nos dias de hoje e de há alguns anos atrás com Cavaco na presidência desta república traída? O governo do então primeiro-ministro José Sócrates era mau e Cavaco reagiu (supostamente) contra tal facto e políticas discrimanatórias que excluiam cidadãos. Eram os Roteiros Contra a Exclusão… E agora? Agora já não existe exclusão? E agora? Agora Cavaco esquece a exclusão social? A fome? O abandono dos idosos e das crianças? Agora Cavaco serve claramente o Santo Mercado e os Santos Banqueiros esquecendo essa coisa penosa e mesquinha que é a exclusão social? Sim. Esquece. Sim. Ele é indiferente à exclusão social que o seu governo causa ao ponto de levar idosos à morte. Ele é indiferente ao facto de participar no movimento que tem feito aumentar os suidios por desesperos causados por medidas do seu governo com Passos. Sim. Tudo é falso menos a realidade que se enfia pelos nossos olhos. Cavaco não é contra a exclusão, Cavaco é pela exclusão social – isso temos visto nas medidas que apadrinha a Passos e a Portas. Cavaco tem vindo a lutar por uma sociedade em que os fortes eliminam os fracos sem que a república cumpra a sua função, sem que ele como PR, cumpra a sua função. Cavaco é um servil e vil adepto da patranha, da sociedade capitalista fanática e radical que tem por objetivo a exploração de milhões para benefício de meia-dúzia. E o resto já se sabe. E o resto os portugueses têm obrigação de saber. Cavaco é como o “Senhor ao Contrário”. O roteiro de Cavaco nunca foi contra a exclusão social mas sim pela exclusão social. O governo de Passos não é o único nem o principal responsável pela atual situação de fome, miséria e morte que grassa em Portugal. As responsabilidades de Cavaco neste desfecho da atualidade são enormes. Não se compreende que o deixem tão em paz, tão impune, tão sacro-santo. Nem se compreende que ainda lhe seja admitido passear-se como se não fosse autor e cumplice de toda esta situação de degradação. A democracia não é isto que estamos penosamente a vivenciar. Não existe democracia se não existir Justiça e em portugal ela não existe. Existe o “Mercado” e seus cúmplices. Assim sendo compreenda-se finalmente que Cavaco se demitiu há muito de ser presidente da República (se é que alguma vez o foi), preferindo ser presidente do Mercado… ou dos Mercados. É, impunemente, em Portugal, um dos mastins da Santa Aliança com a Alta Finança. Afinal, Cavaco demitiu-se e não cumpre a República.
Álvaro Tomeu
Leia mais em Balneário Público
No comments:
Post a Comment