Friday, October 18, 2013

Parceria estratégica: LUANDA “DEU ORIENTAÇÃO CLARA” A PORTUGAL

 


O Presidente de Angola deu uma orientação "clara" sobre uma eventual parceria estratégica com Portugal, cabendo agora às autoridades de Lisboa pensarem "no que é essencial", disse hoje o embaixador António Monteiro.
 
Em declarações à Lusa, à margem de uma conferência internacional em Lisboa, o diplomata português considerou que a "orientação" de José Eduardo dos Santos "é clara" e que agora as autoridades portuguesas têm de, "calmamente", trabalhar no sentido de criar as "condições" para que a parceria estratégica com Angola "venha a ser realidade".
 
Na terça-feira, no discurso sobre o estado da Nação, o Presidente angolano afirmou que o "clima político atual" da relação bilateral "não aconselha a construção da parceria estratégica antes anunciada", lamentando as "incompreensões ao nível da cúpula" português.
 
Portugal e Angola agendaram para fevereiro, em Luanda, a realização da primeira cimeira bilateral e estimava-se que a parceria estratégica pudesse ser formalizada nessa altura.
 
Sem desvalorizar as declarações de José Eduardo dos Santos -- "não acho que seja uma tempestade num copo de água" -, António Monteiro, que esteve envolvido nas negociações para os acordos de paz em Angola, não vê nelas um "fechar de portas" a Portugal.
 
"Há, de facto, uma tomada de posição em relação a coisas que se têm passado entre os dois países e que temos de encarar de frente", disse o diplomata.
 
"Há aqui matéria para refletirmos e para pensarmos naquilo que é essencial", frisou, concretizando que "o essencial" é que as relações entre Angola e Portugal sejam "privilegiadas".
 
Reconhecendo que as relações têm "tido altos e baixos, como têm todos os relacionamentos entre povos soberanos", o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que os dois países "têm de se respeitar mutuamente, têm de se compreender mutuamente e têm trabalhar em conjunto".
 
Durante a sessão da conferência que hoje decorreu na Fundação Gulbenkian sobre a futura agenda do desenvolvimento, António Monteiro, na pele de moderador, destacou "o notável progresso alcançado em Angola" nesta matéria, reconhecendo, porém, que "há imenso para fazer, sobretudo no equilíbrio" e instou o governo central de Luanda a "olhar para o Interior do país".
 
Lusa - ontem
 

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