AS REACÇÕES ÀS DECLARAÇÕES DO MINISTRO LUSO
Folha 8 – edição 12 outubro 2013
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, ao pedir desculpa às autoridades do regime angolano pelas, supostas, investigações judiciais que têm sido levadas a cabo no seu país contra figuras próximas do presidente Eduardo dos Santos, limitou-se a dar cumprimento visível à institucionalização da subserviência lusa, cumprindo – aliás – ordens do primeiro-ministro Padro Passos Coelho. Em sua defesa, perante algumas críticas, saiu como é habitual o simiesco “queirozmatozoide”.
O simulacro de revolta lusa contra Rui Machete, para além de ter permitido que alguns mercenários do MPLA, tipo Artur Queiroz, saíssem das putrefactas sarjetas do regime, funcionou como demonstração inequívoca do poder real que o Governo angolano tem sobre Portugal, nomeadamente nas vertentes económicas e políticas.
“Tanto quanto sei, não há nada substancialmente digno de relevo, e que permita entender que alguma coisa estaria mal, para além do preenchimento dos formulários e de coisas burocráticas e, naturalmente, informar as autoridades de Angola pedindo, diplomaticamente, desculpa, por uma coisa que, realmente, não está na nossa mão evitar”, disse Rui Machete, segundo a RNA.
Rui Machete limitou-se, de facto, a desempenhar o papel de sipaio que, na esperança de um prato de lentilhas, obedece cega e caninamente ao seu chefe do posto (Passos Coelho) que, por sua vez, aspira a um dia ser como o soba-maior (Eduardo dos Santos), razão pela qual lhe lambe as botas e mostra quão lhe agrada ser escravo de um senhor que, apesar disso, o alimenta com lagosta.
Entre as figuras que supostamente estão a ser investigadas pela Justiça portuguesa encontram-se o Procurador-Geral de Angola, João Maria de Sousa, o presidente do Banco Atlântico, Carlos Silva, e as filhas do presidente José Eduardo dos Santos. Desde o início que em Portugal se sabe, sobretudo em função da sabujice dos seus governantes (começada com José Sócrates e potencialmente aumentada pela dupla Passos Coelho/Paulo Portas) que nesta matéria a montanha iria parir um rato… de plástico.
O regime de José Eduardo dos Santos sabe, de há muito, que o processo era uma forma natural de os seus acólitos portugueses fingirem que são um Estado de Direito. Mesmo assim, achou que o assunto (que deveria ter morrido à nascença, como se faz em Angola) estava a demorar muito tempo e que, se calhar, alguns magistrados portugueses até não estavam virados para trabalhar nas lavandarias de Lisboa e, dessa forma, branquear toda a roupa suja envida de Luanda. Vai daí, e bem, fez chegar aos seus amigos do Governo a preocupação.
Para acalmar a ira do “escolhido de Deus”, e enquanto as investigações não são mesmo arquivadas, Passos Coelho, que mantém – pudera! – toda a confiança no seu ministro, mandou Rui Machete (antigo Ministro dos Assuntos Sociais e depois Presidente do Conselho Superior do BPN e Presidente do Conselho Executivo da FLAD) pedir desculpa e dizer que tudo não passa de um “mal entendido”.
E não passa mesmo, por muito que se propale o contrário. Tivesse Passos Coelho e Paulo Portas os poderes que José Eduardo dos Santos tem sobre a Procuradoria-Geral da República, tribunais e demais agentes judiciários, e o assunto ou não teria nascido ou, se acaso nascesse, teria sido imediatamente fuzilado.
A subserviência vem de há muito tempo
“É um país riquíssimo e os portugueses começaram a ter actos de subserviência em relação a Angola que são chocantes e que devemos evitar”, afirmou no dia 13 de Janeiro de 2009 Mário Soares, ex-presidente da República portuguesa que, ao contrário do Eduardo dos Santos foi sempre eleito, numa conferência sobre “Contributos para uma Estratégia Nacional”.
Nessa altura, crê-se que Mário Soares se referia sobretudo aos seus camaradas do PS, tipo José Sócrates, quando falou da subserviência. Isto porque, de facto, não havia na altura melhor exemplo em relação à subserviência de alguns portugueses do que a de José Sócrates relativamente ao soba-maior, José Eduardo dos Santos.
Será que Mário Soares tinha razão em relação à subserviência para com o MPLA (tal como o PS membro da Internacional Socialista)? Tinha como continua a ter. Aliás, nem as actuais críticas do líder socialista, António José Seguro, a Rui Machete ocultam o panegírico que fazem, que continuam a fazer, ao regime do pai da mulher mais rica de África.
Se calhar, quando o “Jornal de Angola” diz que o Governo ditatorial do MPLA está ao mesmo nível do da sociedade política portuguesa, sempre dividida no poder entre PS e PSD, acerta em cheio.
Por alguma razão quando o órgão oficial do regime angolano ataca com tudo o que tem e com o que não tem Mário Soares, a comandita socialista mete o rabinho entre as pernas e assobia para o lado.
De facto, gostem ou não os donos dos areópagos da política lisboeta, a vaselina caiu em desuso no Governo português, tal é a habituação. O mesmo se passa com a vergonha. E assim sendo, como mais uma vez se demonstra, Portugal não é sério e já nem se preocupa em parecê-lo.
A dupla Passos Coelho/Paulo Portas continua a mostrar aos donos de Angola que, por falta de coluna vertebral, o que o Governo português gosta é de estar sempre de cócoras, prontinho para ser comido. Por isso o actual primeiro-ministro-adjunto disse à Lusa, no final de uma escapadela de algumas horas ao reino do MPLA, que o sucesso dos investimentos de empresas portuguesas em Angola é a chave para a manutenção de postos de trabalho em Portugal.
Um milhão e duzentas mil pessoas que nas ocidentais praias lusitanas estão no desemprego ficaram, valha-lhes ao menos isso, a saber que nada devem ao regime angolano que foi presidido por um cidadão que esteve 32 anos no poder sem nunca ter sido eleito.
“O mercado angolano é o primeiro fora da Europa para as nossas empresas, que fazem aqui uma aposta muito importante, que fazem aqui investimentos significativos e que ao ter uma posição importante em Angola estão a proteger postos de trabalho na rectaguarda, em Portugal”, disse Paulo Portas.
Em matéria de rectaguarda reconheça-se que Paulo Portas sabe do que fala. Não será o único no Governo, mas é dos mais preparados. Outros há que preferem trabalho na horizontal, de joelhos e por aí fora.
O comentário bajulatório de Paulo Portas, também ele cumprindo ordens do seu chefe do posto, surgiu – recorde-se – na sequência de declarações do então ministro de Estado e da Coordenação Económica, ex-presidente da Sonangol e actual vice-presidente da República, Manuel Vicente, segundo o qual Angola não iria reforçar os investimentos no tecido produtivo português.
“Angola é um país cujo crescimento económico é enorme. Tem uma prioridade importante que é fazer com que esse crescimento signifique também uma melhor distribuição. Tem inúmeros planos nas áreas económica e social para o território angolano e na internacionalização, Portugal foi, é e será importante, como se vê todos os dias pelos factos”, salientou Paulo Portas.
Como o soba-maior determina, os seus ministro portugueses com funções delegadas (por isso vão tantas vezes a despacho ao Futungo), não conseguem ver a realidade do Povo angolano onde perto de 70% vive na miséria.
As relações entre Portugal e Angola “são boas e podem ainda ser melhores, sempre numa perspectiva duplamente ganhadora. É preciso que os interesses de Portugal em Angola sejam defendidos e é preciso que os investimentos de Angola em Portugal sejam protegidos”, diz Paulo Portas, certamente depois de ter sido suficientemente afagado pelos especialistas do regime.
“Há muitas empresas portuguesas presentes no mercado angolano: grandes, médias e pequenas, e há inúmeros planos para o futuro de Angola onde a participação das empresas portuguesas é relevante e hoje em dia é muito significativa, em sectores importantes, a entrada de capitais angolanos em Portugal”, acrescenta Paulo Portas que, certamente, está triste porque nunca mais se concretizar a OPC (Oferta Pública de Compra), a retalho ou por atacado, sobre Portugal.
Apesar dos negócios mais recentes, liderados por Isabel dos Santos, como em tudo na vida, quem espera desespera. E Lisboa está a ficar desesperada, tal é o desejo, a vontade, a paixão que coloca nesta operação de compra. De facto, a OPC sobre todo o país já deveria ter sido lançada. Legitimado supostamente por eleições, nas quais os angolanos (os vivos e os mortos) deram uma confortável vitória a Eduardo dos Santos, é hora de resolver o assunto, evitando que políticos como Rui Machete tenham de fazer destas figuras.
OS “VELHOS DO RESTELO” ANDAM POR AÍ
A posição crítica de alguns sectores lusos é incompreensível. Se Portugal não tem capacidade, engenho e arte para se aguentar sozinho, só mesmo a ajuda dos outros – nomeadamente do MPLA – poderá salvar os portugueses de viverem apenas com um prato da farelo.
As vozes críticas são, contudo, cada vez menos. No espectro político português, com representação parlamentar, apenas o Bloco de Esquerda não foi ainda comprado pelo MPLA. Todos os outros renderam-se. A nível das instituições, até a Presidência da República vai dando uma no cravo e outra na ferradura de modo a, neste caso, agradar a “gregos” (Eduardo dos Santos) e “troianos” (Eduardo dos Santos).
Aparentemente diferente é a Procuradoria-Geral da República que, tanto quanto parece, quer mesmo mostrar que ainda há alguma possibilidade, embora remota, de Portugal ser um Estado de Direito Democrático. Como é óbvio, não vai conseguir levar “a carta a Garcia”. O caminho está todo armadilhado pelos políticos e pelos seus patrões.
Manuel Vicente diz que “o Estado hoje tem outras prioridades. Estamos a olhar mais para os problemas internos do que para os problemas externos”, respondendo dessa forma à pergunta se Angola iria participar no programa de privatizações previsto em Portugal nos sectores da comunicação e transportes, ou se a iniciativa ficaria do lado de empresários privados, como sucedeu nos últimos dias com a empresária Isabel dos Santos.
“Os empresários privados são livres. Onde eles encontrarem oportunidades e virem que há, de facto, a criatividade e escala para investir, só nos resta, como governo apoiarmos essas iniciativas”, acrescentou o ex-patrão da principal empresa do regime, a Sonangol.
Manuel Vicente adiantou, segundo o jornal i, que agora, face à globalização da economia, importa não investir num único mercado. “O mundo hoje é uma aldeia global e, como se costuma dizer na gíria, não podemos colocar os ovos todos no mesmo cesto. As economias melhoram ou pioram em função dos locais, e temos que ter investimentos em várias paragens e, no fim, termos uma média que seja positiva e que possa garantir a sustentabilidade”, vincou.
“As palavras de Manuel Vicente deitam por terra os imensos esforços políticos e diplomáticos do governo português para atrair cada vez mais investimento angolano. E podem também afectar a presença de empresas portuguesas no espaço económico angolano”, escreve o i.
Em todo este contexto, é aconselhável que os portugueses atentem nas teses do antigo ministro da Defesa, figura de destaque do MPLA, e um empresário de sucesso em áreas que vão da banca ao imobiliário, hotelaria, jogos, diamantes etc., de seu nome Kundy Paihama.
Se os portugueses, tal como todos os angolanos que não são do MPLA, levassem em conta as suas palavras, certamente que evitavam ter de viver com um prato de farelo.
Num dos seus (foram tantos) célebres e antológicos discursos, Kundy Paihama disse: “Não percam tempo a escutar as mensagens de promessas de certos Políticos”, acrescentando: “Trabalhem para serem ricos”.
“Criminosos portugueses contra as suas próprias vítimas”
O sipaio Artur Queiroz atirou a pedra e, dizendo chamar-se Álvaro Domingos, escondeu a pata. Mas não enganou ninguém. O cheiro a esgotos putrefactos, terreno de especial predileção do escriba de plantão no “Jornal de Angola”, denunciou-o. Todos sabem que chafurdar na merda é para ele uma questão de vida e de identidade.
Diz o mercenário, que até tem Carteira Profissional de jornalista, passada pela respectiva organização tutelar portuguesa, valendo-se das informações que o regime faz chegar ao seu submundo, que “Portugal está no centro de uma grave crise social e económica sem fim à vista. O Estado Social que nasceu com a Revolução de Abril tem sido friamente destruído pelas elites reinantes. Os fundos de coesão da CEE foram desbaratados por cleptocratas insaciáveis que à sombra de partidos democráticos se comportaram como vulgares ladrões sem sequer se disfarçarem com colarinhos brancos”.
O simiesco “queirozmatozoide” explica no “Jornal de Angola” (onde mais poderia ser?) que “o Portugal que deu as mãos aos novos países que nasceram das suas antigas colónias está crivado de dívidas. Face ao esvaziamento dos cofres públicos, até as pensões e reformas dos idosos são confiscadas. Milhares de jovens quadros são obrigados a procurar em países estrangeiros o pão nosso de cada dia. Angola é um desses destinos. Como disse em entrevista a uma televisão portuguesa o Presidente José Eduardo dos Santos, são todos bem-vindos e têm o apoio e a solidariedade dos seus irmãos angolanos”.
Não sendo o autor nem português nem angolano (os mercenários não têm nacionalidade), é livre de dizer o que lhe mandam dizer os que lhe pagam, os que o sustentam. E, neste caso, o recado até tem pés e cabeça, ao contrário do escriba que só tem patas e barriga.
Animado pela encomenda, “queirozmatozoide” garante que “as elites portuguesas famintas de dinheiro entraram em desvario. À medida que a crise aperta, eles disparam em todas as direcções, atingindo por vezes membros do bando. À medida que a “troika” drena milhares de milhões de euros para os bolsos dos credores, as elites reinantes ficam sem cheta e tornam-se mais agressivas. E Angola é sempre o alvo destes deserdados dos dinheiros do depauperado Estado Português”.
Desta forma, e se calhar ainda vamos um dia destes ver um ministro angolano pedir desculpas a angolanos e portugueses por terem dado guarida a esta espécie de mercenários, o articulista tenta acertar contas com os portugueses que não lhe reconheceram méritos suficientes para o quererem como – no mínimo – director-geral do Diário de Notícias, da SIC ou do Jornal de Notícias, onde durante anos conspurcou a Redacção. Mas nós podemos ficar descansados. Um “bom” mercenário escreve a favor de quem melhor lhe pagar. Tal como no passado já atacou forte e feio o “socialismo de sanzala” do MPLA, amanhã poderá fazer o mesmo. É tudo uma questão de ginguba e bananas.
Diz o mandatário do José Ribeiro, director do JA, que “se em Portugal alguém ousa lançar um pouco de água na fervura, é crucificado na praça pública e lançado às feras da SIC e de outros órgãos de informação onde falsos jornalistas obedientes aos donos fazem o papel aviltante de juízes de um Santo Ofício anacrónico e ridículo. Não se pode dizer que perdem a cabeça, porque nunca a tiveram, nem como ornamento”.
O simiesco “queirozmatozoide” não perdoa mesmo. Tem a liberdade entalada na garganta e nem a lubrificação da sua cavidade bocal o ajuda a engolir. Passa tudo menos a liberdade. É visível, sobretudo quando fala do que ele não é, Jornalista, o seu orgasmo sádico. É claro que tem o direito de gostar, com ou sem vaselina, de qualquer tipo… de alimentação. Daí os ataques a todos quantos, cá e em Portugal, defendem que dizer a verdade é a melhor qualidade dos homens (isto não se aplica) de bem.
“O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, fez uma declaração à Rádio Nacional de Angola sobre um episódio aviltante que devia encher de vergonha o Poder Judicial em Portugal. Órgãos de comunicação social portugueses fizeram manchetes “informando” que o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, estava a ser investigado em Portugal pelo Ministério Público. E deram pormenores do processo. Pouco tempo depois, a vítima foi o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa. O Ministério Público em Portugal é titular da investigação e acção penal. Portanto, estas notícias só podem ter sido dadas por essa instituição”, conclui o sipaio que – legitimamente – aspira a ser chefe do posto num regime em que o Ministério Público, como todas as restantes instituições, têm total liberdade para cumprir o que for determinado pelo “querido líder” kim iong Santos.
“Queirozmatozoide” diz que, “face às reacções indignadas contra tão graves crimes de que estavam a ser vítimas os cidadãos Manuel Vicente e João Maria de Sousa, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) emitiu um comunicado onde informou que existiam investigações mas ninguém tinha sido constituído arguido”, acrescentando que “o Ministério Público e a Procuradora-Geral da República, Joana Vidal, nunca mais se dignaram falar do assunto. E tinham que fazê-lo. Porque se exigia, no mínimo, que fosse investigado isto: quem, como e quando violou grosseiramente o segredo de justiça. E ao fazê-lo, violou a honra e o bom-nome de dois cidadãos angolanos. Acresce que Manuel Vicente foi eleito Vice-Presidente da República com mais de 70 por cento dos votos dos eleitores. E João Maria de Sousa é o Procurador-Geral da República. Também por isto se exigia, num Estado democrático, um esclarecimento cabal de tão graves crimes contra duas pessoas que até prova em contrário são inocentes. Ao alimentar machetes e notícias falsas que têm no centro figuras públicas angolanas, o Ministério Público e a Procuradora-Geral da República Joana Vidal puseram-se fora da lei. E deram esse salto arriscado, para atentarem contra a honra e o bom-nome de dois cidadãos que desempenham altas funções no Estado Angolano”.
Pois é. O problema não está nos eventuais crimes cometidos, ou não, pelos cidadãos, neste caso angolanos. Está em ter-se sabido disso. E, como sabemos, em Angola nada disso aconteceria. Nunca nada disso se saberia. Por cá, o regime quer que os jornalistas sejam imbecis (não procurem saber o que se passa) e criminosos (sabem o que se passa mas calam-se). Tal como quer que a liberdade de Imprensa se resuma à RNA, TPA, Angop e Jornal de Angola.
É claro que o modelo defendido pela “queirozmatozoide” criatura tem adeptos, até mesmo em Portugal. Por cá já se sabe que os poucos jornalistas que não são imbecis e criminosos tem uma especial apetência para, por exemplo, chocar com balas que andam perdidas no ar desde os tempos da guerra ou, ainda, para tentar atropelar as viaturas da Unidade da Guarda Presidencial.
Continuemos, entretanto, a leitura do simiesco texto. “Face a este quadro é natural que o ministro Rui Machete tivesse vontade de deitar água na fervura. O que ele foi fazer! Os “pivots” anti-angolanos Mário Crespo e João Soares abocanharam-lhe os calcanhares, deixando-o sem base de sustentação. Os sindicatos dos juízes e do Ministério Público crucificaram-no e lembraram urbi et orbi que em Portugal há separação de poderes. Só é pena que essa separação não inclua também os órgãos de comunicação social”.
É pena. Assim, dizer o que se pensa é – quando isso não coincide com a verdade oficial – um crime contra a segurança do Estado, um acto anti-angolano, uma prova de que urge fazer um novo 27 de Maio em que, provavelmente, o “queirozmatozoide” teria a patente de general e chefiaria o departamento de execuções sumárias.
“O episódio que envolveu dois dirigentes angolanos prova à puridade que há uma relação espúria e aviltante entre o Ministério Público e uma comunicação social que actua na lógica das associações de malfeitores. A senhora Procuradora-Geral Joana Vidal, toda abespinhada, atirou-se ao ministro Rui Machete. Melhor fora que revelasse o nome ou os nomes dos procuradores do Ministério Público que violaram o segredo de justiça, ferindo a honra e o bom-nome de dois cidadãos que desempenham altos cargos no Estado Angolano”, diz o arauto dos esgotos do regime, pondo em sentido e a tremer de medo quer Joana Marques Vidal quer todos os restantes magistrados. Temem que, um dia destes, Artur Queiroz apareça por Lisboa (onde vai com frequência) para dar umas bassulas nos juízes, nos procuradores, nos jornalistas e em todos os que fazem parte da sua imensa lista negra.
No seu longo texto, digno de constar no anedotário dos mercenários, o fobeiro acrescenta que “Rui Machete, como jurista que é, pediu diplomaticamente desculpa (não desculpas diplomáticas) pelas patifarias cometidas pelo Ministério Público e órgãos de comunicação social contra o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, e o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa. Os mais assanhados membros das elites corruptas e caloteiras portuguesas trucidaram o ministro e por tabela lançaram a habitual chuva de calúnias contra os dirigentes angolanos, eleitos democraticamente”. Quanto ao facto do Eduardo dos Santos ter estado 32 anos sem ter sido eleito…
Por último, a caminho do seu antro subterrâneo, “queirozmatozoide” ameaça que “como temos três meses para organizar a Cimeira Angola-Portugal, fico por aqui. Mas continuo a exigir que a Procuradora-Geral Joana Vidal e a Direcção Central de Investigação e Acção Penal expliquem aos angolanos e portugueses quem foram os membros do Ministério Público que violaram o segredo de justiça, violando gravemente a honra e o bom nome de duas altas figuras do Estado Angolano”.
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