Wednesday, May 29, 2013

Moçambique: Maioria dos homens violados sexualmente em Manica não denunciou

 


AYAC – APN - Lusa
 
Chimoio, Moçambique, 29 mai (Lusa) - Pelo menos 72,5 por cento dos homens violados sexualmente em Manica, centro de Moçambique, não denunciaram a ocorrência às autoridades, segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, hoje divulgado.
 
O inquérito, conduzido entre maio e outubro de 2011, com uma cobertura de 1.195 agregados familiares em Manica (13.964 no país) indica que, do total dos homens violados sexualmente, apenas 15,5 % pediu ajuda, uma percentagem baixa justificada pela vergonha ou medo de nova agressão que está próxima da média regional e nacional.
 
"Há mais violência sexual contra homens que não é reportada. Ao nível do centro de Moçambique o gráfico é mais alto na província de Tete", indica-se o estudo do Instituto Nacional de Estatísticas de Moçambique (INE), a que a Lusa teve acesso, que inquiriu homens entre os 15-64 anos e mulheres entre os 15-49.
 
Dados estatísticos do Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas da Violência Doméstica (GAMCVD) de Manica, ligado à Polícia, indicam que de janeiro a março de 2011, o número de homens violados duplicou, com registo de 300 casos naquele período.
 
No estudo, revela-se ainda que 38 das mulheres (com cônjuges) com autonomia financeira decidem sozinhas como usar o rendimento, 30 por cento depende do marido e apenas dois determinam juntos.
 
O documento representa um diagnóstico da população e do parque habitacional, incidindo sobre fecundidade, meios contracetivos, intenções reprodutivas, saúde, mortalidade infanto-juvenil e infantil, nutrição da mulher e criança,
 
"A partir desta informação os setores têm grandes desafios para melhorar as suas políticas, ver o que não está a correr bem e o que pode ser melhorado. Os resultados aqui divulgados para alguns sectores significam a necessidade de redobrar de esforço para melhorar", disse Filipe Langa, delegado do INE em Manica.
 
Este é o terceiro inquérito que se realiza em Moçambique, depois de pesquisas idênticas em1997 e 2003.
 

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