Carolina Reis – Expresso, opinião
Com o cerco a apertar-se às carteiras dos contribuintes, já quase todos tivemos de fazer cortes nas despesas.
A princípio pensa-se que está tudo ok, que são "apenas" menos uns jantares, deixa-se de comprar roupa nos saldos, as viagens ficam em stand by.
Depois vê-se que isso não chega. Acabam-se todas as refeições fora, as visitas de seis em seis meses ao cabeleireiro deixam de acontecer e começa-se a poupar no (caro) combustível, até para ir ver a avó ao fim-de-semana.
Assim se vai perdendo a qualidade de vida. Até que para uns, cada vez mais, chega o dia em que já não dá para comprar medicamentos, em que é melhor deixar o luxo de ir ao psiquiatra, em que se escolhe entre as vacinas dos filhos ou os livros da escola.
Pois é, a austeridade faz mal à saúde. E não, não sou eu que o digo. Dois professores universitários, um de Oxford e o outro de Stanford, concluíram que a austeridade pode causar suicídio, depressão e aumento de doenças infecciosas.
Um pequeno exemplo: na Grécia cortou-se na prevenção do HIV. Era um gasto "desnecessário". A taxa de infetados cresceu 20%.
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