Tuesday, May 28, 2013

Governo e oposição de Cabo Verde preocupados com desemprego em São Vicente



JSD – HB - Lusa

Cidade da Praia, 27 mai (Lusa) - A oposição de Cabo Verde criticou hoje no parlamento a "ausência de políticas" do Governo para São Vicente, ilha em que a taxa de desemprego é a maior do país e onde o próprio partido governamental admite preocupação.

Num debate parlamentar iniciado hoje sobre a situação que se vive em São Vicente, Carlos Veiga, líder do Movimento para a Democracia (MpD), afirmou que, além do desemprego (cerca de 30%), a ilha "está parada e bloqueada", após 12 anos de governação do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

"A estagnação que afeta o arquipélago é mais profunda e extensa e, em São Vicente, poderá ser combatido com medidas alternativas concretas que invertam o plano inclinado em que o país se encontra. A ilha está parada. Está bloqueada", afirmou Carlos Veiga.

Para Carlos Veiga, que deixará a liderança do MpD após as eleições diretas de 16 de junho próximo, deixando o caminho aberto a Ulisses Correia e Silva, vice-presidente do partido e único candidato, a situação económica, financeira e social do país é "grave e de verdadeira emergência", fruto de um "modelo desenvolvimento de reciclagem de ajudas insuficientemente virado para o exterior".

"São Vicente pagou caro alguns dos erros do Governo (de José Maria Neves) em relação ao modelo desenvolvimento adotado para Cabo Verde, pois foi abandonada a opção pela indústria exportadora, deixando desaparecer inúmeras fábricas que davam milhares de empregos aos mindelenses", sublinhou.

Por seu lado, o deputado Hermes Santos, do PAICV, admitiu que o desemprego é um problema "estrutural" de São Vicente e apelou ao Governo para criar condições para acelerar os projetos previstos para a ilha.

Hermes Santos defendeu, porém, que São Vicente é a segunda ilha do arquipélago com maior número de empresas ativas, pelo que se tornam necessário o "empenho de todos e medidas claras".

"Não podemos ficar indiferentes face ao desemprego em S. Vicente e isso tem-nos preocupado imenso, principalmente o desemprego na camada juvenil", sublinhou.

Discursando no debate, o primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou que a oposição mantém os "discursos demagógicos" quando diz que os investimentos são feitos apenas na ilha de Santiago.

"Para angariar votos, a oposição não de coíbe de pôr umas ilhas contra as outras, na vã tentativa de dividir para reinar", sublinhou José Maria Neves, garantindo que o Governo tem investido em todas as ilhas em função das necessidades e da vocação de cada uma.

José Maria Neves, também presidente do PAICV, defendeu que tem havido um "grande equilíbrio" no desenvolvimento das diferentes ilhas, enumerando um conjunto de realizações fora da de Santiago, onde se localiza a capital, Cidade da Praia.

O Governo tem previsto instalar em São Vicente um "hub" de transportes marítimos e de reparação naval no Atlântico Médio, além de pretender criar um Centro Internacional de Negócios, de forma a desenvolver a economia local e diminuir a taxa de desemprego.

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