Sol - Lusa
O líder da UNITA, Isaías Samakuva, afirmou à Lusa que "não há liberdade de expressão nem liberdade de imprensa em Angola", considerando que "o regime cortou o acesso das forças democráticas à imprensa".
Em entrevista à Lusa, o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, afirmou que "os jornalistas têm sido permanentemente perseguidos e outros morreram mesmo no quadro dessas perseguições".
Na quarta-feira, o Governo angolano acusou o semanário Folha 8 e a Rádio Despertar de veicularem "ofensas e calúnias contra instituições do Estado e titulares de órgãos de soberania" e de apelarem à "desordem pública".
Em comunicado citado pela agência de notícias Angop, o Ministério da Comunicação Social instou os dois órgãos a mudarem de "conduta", avisando que, caso contrário, poderá adoptar medidas administrativas e judiciais, incluindo a "suspensão temporária das emissões da Rádio Despertar" e a aplicação de uma sanção idêntica ao jornal Folha 8.
Para Samakuva, o que o regime "fez agora com essas ameaças reflecte apenas a sua natureza", porque "o Governo ou aqueles que representam o Governo não conseguem ouvir vozes contrárias ao que proclamam".
No entanto, o dirigente partidário disse acreditar que "Angola está a mudar" e que "o povo angolano não vai permitir que esta ameaça seja concretizada".
Em Portugal, onde termina uma viagem de duas semanas pela Europa e pelos Estados Unidos, Isaías Samakuva fez um balanço positivo dos contactos feitos.
"Nós constatámos que o que a comunidade internacional sabe da realidade de Angola é através da propaganda", mas "não sabe o sofrimento do povo", porque "os media públicos estão completamente controlados pelo Governo", afirmou o dirigente da UNITA.
"O que o Governo procura é silenciar as forças democráticas que se batem pelas liberdades individuais", acrescentou.
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