Monday, May 6, 2013

Moçambique: Membros da Renamo deixam partido por discordarem do boicote às eleições




PMA – MLL - Lusa

Maputo, 06 mai (Lusa) - Pelo menos 67 membros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição moçambicana, anunciaram a sua saída do movimento por discordarem da intenção desta força política de boicotar as eleições autárquicas e gerais.

A Renamo ameaça inviabilizar a realização das eleições autárquicas deste ano e gerais do próximo ano, caso não seja atendida a sua exigência de participar em igualdade numérica com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, na Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Em conferência de imprensa para comunicar a decisão da renúncia à qualidade de membro da Renamo, Tomás José Félix, ex-chefe provincial de Mobilização do partido, considerou um erro a intenção de boicotar as próximas eleições.

"Embora concordemos com a ideia de paridade na representação partidária nos órgãos eleitorais, não vemos como é que a ausência dessa paridade possa impedir a vitória eleitoral de um partido como a Renamo, se estiver organizado para vencer", afirmou Tomás José Félix, ladeado de outros membros que se retiraram do partido.

Para o porta-voz do grupo dos membros que abdicaram da militância na Renamo, as derrotas do partido nas eleições são causadas pela falta de organização do partido.

"O problema está na organização daquele que concorre às eleições", enfatizou o ex-chefe provincial de Mobilização do principal partido da oposição.

Segundo Tomás José Félix, há deputados da Renamo que discordam da ideia de boicotar as eleições, pois querem renovar o mandato na função.

"Nós queremos nos recensear, votar e sermos votados. Há deputados da Renamo que nós sabemos muito bem que querem renovar os seus mandatos", afirmou Tomás José Félix.

As chamadas "deserções" de membros da oposição, muitos dos quais se filiam na Frelimo, são muito comuns em anos eleitorais, o que muitos analistas entendem tratar-se de uma estratégia do partido no poder para fragilizar o principal partido da oposição.

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