Saturday, October 19, 2013

Portugal–Manifestação: QUASE 100 MIL EXIGEM DEMISSÃO DO GOVERNO E VAIAM CAVACO




O fantasma da Ponte 25 de Abril, em Lisboa, pairou uma vez mais sobre a direita portuguesa, incluindo governo e presidente da República. As centenas de autocarros, juntamente com as muitas centenas de automóveis e motos, desfilaram na ponte devido à proibição do governo de a manifestação da CGTP por ali desfilar a pé rumo a Lisboa. Recorremos ao blogue Balneário Público para recordar o que também nele foi escrito a propósito sob o título “Ponte, fantasma de Cavaco e do PSD”.
Nesse texto é referido: “Também no i online é manchete o medo da Ponte 25 de Abril. Compreende-se. Têm medo que se atravesse a ponte em manifestação. Pudera. É que em 1994 a “revolta da ponte” ajudou bastante a que o governo de Cavaco caísse. Eis o referido título: CGTP assegura que manifestação na ponte não põe em causa a segurança. Arménio Carlos, da CGTP, que organiza a manifestação, explica: “Temos fotografias de corridas na ponte enquanto o comboio passava, sem problemas, e quanto à segurança das pessoas, salientamos que o tabuleiro tem várias faixas de rodagem e que todo o controlo de acesso é feito na zona das portagens”. Sendo assim qual é o problema de segurança que evocam os liberais-fascistas para ditar que não se pode atravessar a ponte? É evidente que o fantasma ponte perdura na mente de Cavaco, dos cavaquistas, dos liberais-fascistas que ocupam Portugal e o mantêm refém.”
E depois sobre Cavaco e a ponte: "E agora mudemos para Cavaco, também em título do i: “PR. É urgente conciliar austeridade com crescimento e emprego”. Grande novidade que ele nos traz. O medíocre (para classificar com boa vontade) cada vez que abre a boca entra mosca ou saem vulgaridades. A competência de que tanto se arrogava não existe. Prevalece e sobressai a vulgaridade, quando não é superada pela imbecilidade. Como pode um país suportar por tanto tempo um PR assim? Como pôde um povo eleitor votar num colaborador da PIDE e entregar o ouro ao bandido? Foi na canção do bandido, já se viu. E agora? Agora o melhor é corrigir o que fez de errado ao ser enganado. Vamos à ponte, pois então. O medo dos liberais-fascistas também alimenta a nossa força. Mas sobretudo a força do povo provém da razão. E eles sabem isso muito bem. Por isso temem-nos. Por isso não esquecem o seu fantasma da ponte. Revolta da ponte que em 1994 deu ao palmarés de Cavaco Silva o único PM eleito que permitiu que a polícia disparasse sobre manifestantes. O resultado foi uma bala “perdida”: “Luís Miguel, o jovem baleado no “buzinão” da Ponte 25 de Abril, a 25 de Junho de 1994 – que ficou paraplégico. Cavaco impune e polícia impune. Mas o palmarés de Cavaco existe na pior das memórias. Neste caso como noutros."
Hoje, neste momento, após a realização da manifestação, em diferentes moldes vale a máxima que diz “nada se perde, tudo se transforma”. Assim aconteceu e a manifestação foi um sucesso que reuniu muitas dezenas de milhares de portugueses a exigirem a demissão do governo entre vaias a Cavaco Silva. À mesma hora, no Porto, cerca de 30 mil também se manifestaram com as mesmas exigências após passarem a pé pela Ponte do Infante rumo à Avenida dos Aliados. No total, entre Lisboa e Porto, foram cerca de 100 mil os que exigiram a demissão do governo. Exigência que não será tomada em consideração pelo governo, nem por Cavaco - o seu protetor. Nem por isso a contestação legítima e repleta de razões esmorecerá. No jornal Público pode saber mais. Para isso dali compilámos o que se segue. (Redação PG)
Silêncios de Cavaco são “inadmissíveis”, diz Arménio Carlos
Pedro Crisóstomo, Teresa Camarão, e Pedro Sales Dias - Público
CGTP agenda concentração em frente ao Parlamento para 1 de Novembro, dia da votação na generalidade do OE. Chuva forte que se abateu sobre Lisboa obrigou alguns manifestantes a desmobilizar. No Porto, a marcha faz-se a pé numa fila de dois quilómetros.
A chuva forte que começou a cair minutos antes de o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, discursar obrigou alguns manifestantes a saírem do corredor central da concentração em Alcântara e a procurarem abrigos nos beirais dos edifícios, paragens de autocarros e entradas de armazéns. Uns aguardavam à chuva, outros protegidos de chapéu aberto ou mesmo debaixo das lonas do protesto.
A chegada à concentração em Alcântara, depois da “marcha sobre rodas” na Ponte 25 de Abril, em Lisboa, fez-se a pé pelas várias ruas que desembocam no corredor da rua João de Oliveira de Miguens até à Avenida 24 de Julho.
“Cavaco, é tua obrigação aceitar a demissão”, gritava-se no palco e entre a multidão que ia chegando e assistia virada para a ponte. Depois, foi Arménio Carlos, já a discursar, quem se dirigiu ao Presidente da República e ao Governo. De Cavaco Silva e do executivo, disse, são “inadmissíveis os silêncios” sobre aquilo que considerou serem as “chantagens” de Durão Barroso e da “senhora Lagarde” sobre o Tribunal Constitucional.


Fez um discurso voltado para a unidade dos trabalhadores. Para “juntar forças e vontades”, para juntar “posições”, para desenvolver “propostas comuns”, diria aos jornalistas pouco depois de discursar. No palco, deixou um apelo concreto: para a manhã de 1 de Novembro anunciou uma concentração junto à Assembleia da República onde nesse dia é votado na generalidade o Orçamento do Estado (OE) para 2014.

A data não foi escolhida ao caso. É uma acção contra o orçamento: para rejeitar a proposta do Governo, pedir a demissão do executivo e exigir eleições antecipadas. Mas é também uma acção numa data simbólica, contra a abolição do feriado do 1 de Novembro, que Arménio Carlos considerou ser um “roubo” dos trabalhadores.

“Este é o tempo que exige a participação de todos”, disse, apelando à participação de trabalhadores com vínculos efectivos e precários, funcionários públicos, reformados e desempregados e jovens.


CGTP não descarta greve geral

Antes, aconteceu a “marcha sobre rodas” da CGTP, com centenas de autocarros e carros numa fila compacta e marcha lenta e debaixo de um persistente buzinão. Foi uma das duas marchas que a Intersindical convocou para este sábado em Lisboa e Porto, duas acções de protesto que o secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos, esperava ver “com muita força, com muita dinâmica, com muita consciência”.
Os primeiros autocarros que saíram dos vários concelhos do distrito de Setúbal em direcção a Alcântara fizeram a travessia da ponte 25 de Abril com normalidade. Os veículos circulavam com a distância de segurança recomendada pelo Código da Estrada e, tal como a CGTP prometera, sem qualquer indício de bloqueio da ponte. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que também fez a travessia num dos autocarros, dizia pelas 14h30 que o protesto estava a decorrer de forma "serena" mas com "muita azáfama".
A saída do líder da Intersindical fez-se do Marquês de Pombal, ponto de partida habitual de tantas outras manifestações na capital. E, ainda antes de arrancar num dos quatro autocarros ali concentrados para seguirem para a 25 de Abril, Arménio Carlos dizia ao que vinha: “Não estamos aqui apenas e só para contestar, estamos aqui também para mostrar que há caminhos alternativos que podem resolver os problemas do país e do povo”.
Questionado pelo PÚBLICO sobre o apoio que o secretário-geral da UGT deu ontem à acção de protesto deste sábado, relativizou as declarações de Carlos Silva e disse que o que está em causa na jornada da CGTP “é a defesa dos trabalhadores e da população portuguesa, independentemente do posicionamento político-sindical [de quem participa]”.
E mais do que diferenças, reforçou, é preciso unir esforços. Sem se querer adiantar sobre próximas acções de protesto, quando foi questionado sobre a possibilidade de convergência com a UGT para realizar uma nova greve geral, respondeu: “Uma coisa de cada vez”. E acrescentou: “Queremos construir unidade na acção e unidade na acção não se constrói [só] na unidade das cúpulas, das centrais, constrói-se na unidade dos trabalhadores. É por causa disso que vamos ter uma série de acções de luta muito significativas nas próximas semanas”.
30 mil desfilam no Porto

No Porto, onde a manifestação começou por volta das 15h20, a União de Sindicatos do Porto fala em perto de 30 mil pessoas mobilizadas para a travessia a pé da ponte do Infante. Mais de 100 autocarros chegaram nas últimas horas à cidade, avançou ao PÚBLICO João Torres, coordenador da estrutura sindical.
“São mais de 100 autocarros com trabalhadores dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança e Vila Real. Aqui não há problemas de segurança”, disse. O líder sindical explicou ainda que o objectivo da manifestação “é a exigência nas ruas da demissão do Governo e da realização de eleições antecipadas”.
“O Governo não tem legitimidade para continuar o assalto aos bolsos dos cidadãos. Esperamos que o Tribunal Constitucional cumpra o seu papel”.
Pelas 16h15 o desfile estava a chegar à avenida dos Aliados, mas ainda há pessoas a passar a ponte do Infante, onde se iniciou a marcha. O desfile tem mais de dois quilómetros de extensão.
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