Jornal de Notícias
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou, esta sexta-feira, que "só por masoquismo" é que se pode considerar sustentável a dívida pública portuguesa, e acusou o Governo de estar ao serviço dos banqueiros.
"Parafraseando o presidente da República, só por masoquismo é que se pode considerar sustentável uma dívida desta natureza, uma dívida e um serviço da dívida que estão a 130% do PIB", afirmou Jerónimo de Sousa, no debate quinzenal no Parlamento. O presidente da República questionou, na quarta-feira, a razão por que analistas e políticos dizem que a dívida portuguesa não é sustentável, considerando que essa atitude é "masoquismo".
Jerónimo de Sousa frisou que um dos objetivos do programa de assistência financeira era baixar a dívida pública, considerando que não foi atingido, e disse que "só os banqueiros" é que avaliaram como "um sucesso" a 8ª e 9ª avaliação do programa.
"Acabou por dizer que o povo português vai ter que empobrecer. Quando discutimos a opção entre um banqueiro e um pequeno empresário da restauração, o governo põe-se do lado dos mais fortes", afirmou.
O secretário-geral comunista acrescentou que, ao optar pela prioridade à "estabilidade do sistema financeiro", não vai "sobrar nada" para a economia.
Na resposta, Passos Coelho defendeu que se achasse que a dívida pública não era sustentável solicitaria uma reestruturação.
Dizendo também citar o presidente da República, Passos questionou por que é que "se os credores acham que a dívida é sustentável" não haverá o governo de pensar que será assim também.
Passos Coelho rejeitou que a dívida esteja a 130% do PIB, afirmando que "a verdade é que o rácio líquido da dívida é inferior a 120%".
"E irá decrescer a partir de 2014 se nós cumprirmos os nossos objetivos", sustentou.
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